São Paulo, 7 de maio de 2024 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje o terceiro encontro do ano para definir o futuro da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para os próximos 45 dias. A decisão será anunciado no final da quarta, a partir das 18h30.
O órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 10,75% ao ano. A dúvida é saber se o BC manterá o foward guidance e cortar novamente em 0,50 ponto percentual ou optar por um corte de 0,25 ponto, devido ao quadro de incertezas, principalmente sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos.
As atenções também deverão se voltar ao tom do comunicado e a grande dúvida é saber se o Copom vai manter algum foward guidance ou retirar qualquer indicação dos passos futuros.
O Indice Equus de Precificação da Selic (IEPS), da Equus Capital, estima que a possibilidade de corte de 0,5 ponto percentual (p.p.) na Selic (taxa básica de juros) é de 30,3%. Na última semana, ele indicava 43,0%.
Segundo o sócio da Equus Capital Felipe Uchida, nesta semana, há uma divisão de expectativas em relação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, com previsões variando entre cortes de 25 e 50 pontos-base. A probabilidade de um corte mais agressivo de 50 pontos-base diminuiu para 30,3%.
Em relatório, os economistas da XP apostam que o Copom deve reduzir o ritmo de corte a taxa básica de juros (Selic) de 0,50 ponto porcentual (pp), adotado nas últimas reuniões, para 0,25pp. A Selic deve ficar em 10,00% em 2024.
De acordo com os economistas da XP, “o fluxo de notícias desde a última reunião do Copom, nos dias 19 e 20 de março, foi mais preocupante para as perspectivas de inflação, tendo em vista a taxa de câmbio mais depreciada, a elevação dos preços das commodities, indicadores do mercado de trabalho mais fortes que o esperado e as condições de crédito estão melhores e apresentam consistência”.
Em relação aos próximos passos do Copom, “não esperamos qualquer sinalização explícita para o ritmo de corte e/ou para a taxa Selic terminal. Esperamos, no entanto, uma sinalização de que o Comitê considera, por unanimidade, a necessidade de manter a política monetária restritiva, com o intuito de trazer a inflação à trajetória da meta”.
O aumento da incerteza está levando o comitê de política monetária a desacelerar o ritmo do corte da taxa Selic, informa relatório do Bank of America (BofA). Segundo o banco, o Copom deverá cortar a taxa em 25 pontos-base, levando a Selic para 10,50% ao ano, em uma decisão unânime.
“O cenário internacional incerto requer um ritmo mais lento de cortes. Com o atraso no ciclo de relaxamento nos EUA, a taxa de câmbio (canal de transmissão) depreciou. Além disso, os conflitos geopolíticos não parecem estar diminuindo. O comunicado deverá retirar o foward guidance, e o comitê destacará a dependência de dados”, acrescenta.
O Itaú disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a Selic (taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião que ocorre entre amanhã e quarta-feira. Neste cenário, observou o banco, a projeção de inflação do Copom deve ser de +3,9% em 2024 e +3,4% em 2025.
“Dados recentes também sugerem a necessidade de uma postura mais cautelosa. Apesar da inflação mais benigna na margem (com surpresas negativas nos últimos indicadores de preços ao consumidor IPCA e IPCA-15), as medidas subjacentes de serviços permanecem elevadas. Além disso, os dados sobre o desemprego e os salários continuam a indicar um mercado de trabalho restritivo. A taxa de câmbio depreciou-se desde a última reunião, com a deterioração dos fundamentos fiscais internos e o potencial adiamento dos cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos, contextualizou.
O BTG disse que esperar um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na Selic (taxa básica de juros), na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre entre amanhã e quarta-feira, fazendo a taxa cair a 10,5%.
O Paraná Banco disse que a Selic (taxa básica de juros) sofrerá mais um corte de 0,5 ponto percentual. Já o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), diz o banco, deve encerrar 2024 em 3,9%, enquanto o dólar deve fechar o ano corrente a R$ 5,10.
Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, desde a última reunião do Copom, o cenário externo sofreu forte deterioração. A realidade de redução de juros nos Estados Unidos passou de 3 cortes, sendo o primeiro em junho, para apenas 2 cortes, com início apenas em setembro. Isso porque tanto a inflação americana, quanto a atividade econômica, continuam resilientes. Sendo assim, juros altos nos Estados Unidos por mais tempo forçam as economias emergentes a pagarem um prêmio mais alto para atrair investidores.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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