São Paulo – A Suécia e a Letônia suspenderam temporariamente o uso da vacina contra covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, somando-se a outros 11 países da União Europeia (UE) que fizeram o mesmo em meio a preocupações com o surgimento de coágulos sanguíneos.
“A Agência Sueca de Saúde Pública decidiu suspender o uso da vacina covid-19 da AstraZeneca até que a investigação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) sobre os efeitos colaterais suspeitos seja concluída”, segundo comunicado.
Da mesma forma, “a Agência Estadual de Medicamentos e a Inspeção de Saúde recomendou a suspensão da vacinação com AstraZeneca contra covid-19 na Letônia como precaução adicional”, diz o regulador de saúde letão, em nota.
Ontem, a Alemanha, França, Itália e Espanha, entre outros países, anunciaram a interrupção temporária no uso da vacina após cerca de 30 casos de formação de coágulos sanguíneos em pacientes imunizados, além de uma morte por trombose. A vacina já foi aplicada em cerca de 17 milhões de pessoas na UE e no Reino Unido.
Na semana passada, a EMA havia dito que “os benefícios da vacina continuam a superar seus riscos e a vacina pode continuar a ser administrada enquanto a investigação de casos de eventos tromboembólicos está em andamento”.
Em um novo comunicado ontem, a agência disse que “revisará as informações” e convocou uma reunião extraordinária sobre o assunto na quinta-feira, 18 de março.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido confirmou a eficácia da vacina, e disse ontem em comunicado que “não foi confirmado que os relatos de coágulos sanguíneos foram causados pela vacina da AstraZeneca contra covid-19”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, afirmou que até agora
não há evidências de que esses incidentes tenham sido causados pela vacina
da AstraZeneca.
“Até hoje, não há evidências de que os incidentes sejam causados pela vacina e é importante que as campanhas de vacinação continuem para que possamos salvar vidas e conter doenças graves do vírus”, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, ontem em coletiva de imprensa.
A AstraZeneca disse em comunicado divulgado no domingo que em 17 milhões de pessoas vacinadas da UE e no Reino Unido houve 15 eventos de trombose venosa profunda e 22 eventos de embolia pulmonar relatados entre aqueles que receberam a vacina, segundo dados recebidos até 8 de março.
“Isso é muito menor do que seria esperado que ocorresse naturalmente em uma população geral deste tamanho e é semelhante em outras vacinas contra covid-19 licenciadas”, de acordo com a empresa.