São Paulo – Em cerimônia de posse da presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o economista Márcio Pochmann, que assumiu hoje o cargo, anunciou “um novo Brasil e um novo IBGE”. Ele disse que buscará resgatar o protagonismo do instituto na produção de informações e destacou sua atuação na área. A cerimônia foi realizada no auditório Celso Furtado, no ministério do Planejamento e Orçamento, em Brasília.
“O nome do auditório dessa audiência de posse homenageia Celso Furtado que nos inspira na tarefa de pensar o Brasil”, disse Pochmann, que foi nomeado ao cargo em 8 de agosto, quando a indicação foi publicada no Diário Oficial da União. “Nesta nova dimensão, as informações e a soberania dos dados se transformam em ativos incomparáveis, pela sua singularidade para impulsionar o futuro desta e das próximas gerações do Brasil”, disse o economista, em nota após a nomeação.
Antes de assumir o cargo, ele era professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi presidente da Fundação Perseu Abramo de 2012 a 2020, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, entre 2007 e 2012, e secretário municipal de São Paulo de 2001 a 2004. Concorreu duas vezes a prefeitura de Campinas, SP (2012 e 2016) pelo PT.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o governo está avançando contra os retrocessos, negacionismo, ataque à democracia e na redução da desigualdade social. “Temos ódio e nojo à Ditadura”, disse a ministra, em seu discurso. “O currículo de Márcio fala por si, agora sob sua presidência, o IBGE seguirá o seu acompanhamento. Os microdados continuarão a ser anunciados.”
Tebet também destacou o repasse de R$ 353 milhões da pasta para que o IBGE concluísse o Censo. “Temos um Censo mais completo e mais transparente, sabemos quem são os quilombolas e indígenas, incorporamos mais 6 milhões de brasileiro em nossa contagem.”
“O que o IBGE revelou é um Brasil bem distante dos nossos sonhos, mostrou um dos países mais desiguais do planeta e que a população está envelhecendo e envelhecendo mal, por que não estamos tendo ganho de produtividade. Vamos investir na educação pública em período integral e na qualificação profissional dos nossos trabalhadores.”
A cerimônia teve a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva, mas ele não discursou. Recentemente, ao comentar a indicação de Marcio Pochmann para o IBGE, o presidente falou sobre as qualidades técnicas do economista. “É um dos grandes intelectuais desse país. É um rapaz extremamente preparado. Esse rapaz, eu escolhi ele porque eu confio na sua capacidade intelectual, é um pesquisador exímio”, disse Lula.
