São Paulo, SP – A Marfrig divulgou ontem (13) o balanço do terceiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 112 milhões, revertendo o lucro de R$ 431 milhões registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 2,488 bilhões, queda de 32,5% na comparação anual, com queda de 3,2 pontos percentuais na margem Ebitda, fechando em 7,2%.
A receita líquida gerencial consolidada de R$ 36 bilhões, queda de 2,1% na comparação anual, com destaque para o recorde registrado na operação América do Norte, de US$
3,4 bilhões, e os mais de R$ 13 bilhões em vendas da BRF.
O custo médio da dívida foi de 14,3%, o que equivale à taxa de CDI + 0,7%. O patamar alcançado decorre das ações de gestão de passivos realizadas nos últimos trimestres. A
relação Dívida Líquida / EBITDA foi de 2,3x.
A alavancagem em termos consolidados ficou em 3,91x no terceiro trimestre de 2023, apresentando uma trajetória de queda mesmo quando retirados os resultados do ano anterior. Ajustada pelo valor que a companhia tem a receber da venda dos ativos da América do Sul, de R$ 6 bilhões, a alavancagem atingiu 3,21x.
O resultado financeiro consolidado líquido, antes do efeito da variação cambial, foi uma despesa de R$ 1,263 bilhão, uma diminuição de 18,4% em comparação ao segundo trimestre de 2023, explicado principalmente pela redução do endividamento bruto, e pela maior receita financeira com os ganhos auferidos nas operações de mercado de capitais, e que impactaram significativamente o caixa da companhia. O resultado financeiro líquido, considerando a variação cambial, totalizou R$ 1,675 bilhão em despesas financeiras.
A variação cambial foi negativa em R$ 411 milhões, explicada pela diferença de 3,8% entre as taxas de câmbio finais do período (3T23 R$ 5,01 vs R$ 4,82 no 2T23). A posição de caixa totalizou US$ 4,7 bilhões, já ajustado pelo aumento de capital realizado na BRF e na Marfrig, ou seja, recursos para cobrir o vencimento dos próximos 4 anos.
O custo de produtos vendidos da Marfrig, considerando as operações descontinuadas, foi de R$ 31,697 bilhões, crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. No trimestre, a operação América do Norte apresentou maior custo de matéria prima que foi parcialmente compensado pelos menores custos das Operações América do Sul e BRF, conforme
detalhado na abertura dos segmentos.
As Despesas com Vendas, Gerais & Administrativas (DVGA) totalizaram R$ 3,178 bilhões. A DVGA em função da receita líquida (DVGA/ROL) foi de 8,91%, 34 pbs menor quando comparado o mesmo período do ano passado, refletindo o menor volume de exportações e
consequentemente menores despesas de fretes internacionais.
As Despesas com Vendas totalizaram R$ 2,742 bilhões, ou 7,69% da Receita Líquida Consolidada. Já as despesas Gerais e Administrativas atingiram R$ 435 milhões, ou 1,22%
da Receita Líquida, ambas performances menores quando comparadas ao ano anterior. A redução é explicada pelos programas de eficiência operacional BRF+ e Foco no Detalhe, na operação da América do Sul.