São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) reiterou que os 25 membros do Conselho da instituição estão unidos no compromisso de adotar estímulos monetários, se necessário, para combater a crise do novo coronavírus.
“O Conselho foi unânime em sua análise de que em adição às medidas decididas em 12 de março de 200, o BCE vai continuar monitorando de perto as consequências para a economia do surto de coronavírus e que o BCE permanece pronto para ajustar todas as suas medidas, como apropriado, caso isso seja necessário para garantir as condições de liquidez no sistema bancário e para garantir a transmissão suave de sua política monetária em todas as jurisdições”, diz o comunicado.
A nota se refere aos comentários feitos presidente do banco central austríaco, Robert Holzmann, de que os investidores estão certos ao assumir que o BCE adotaria poucas medidas adicionais.
Na semana passada, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sugeriu em coletiva de imprensa que a instituição não iria intervir para ajudar Itália se a dívida do país ficasse sob pressão.
Em entrevista ao jornal austríaco “Der Standard”, Holzmann disse que “uma vez que os mercados viram que Lagarde estava falando sério, e que havia unanimidade no Conselho, eles perceberam, não podemos manter nossos níveis excessivos nas bolsas”. Ele também disse que o BCE mantém juros baixos há tempo demais.
No dia 12 de março, o BCE anunciou um pacote de estímulos para combater a crise de coronavírus, como compras de mais 120 bilhões de euros em ativos até o final do ano, além dos 20 bilhões de euros mensais que já vinha adquirindo. O pacote, porém, foi considerado mais modesto do que o de outros bancos centrais, sem mudanças nas principais taxas de juros, por exemplo.
Os juros dos títulos do governo da Itália de 10 anos subiram acima de 3% hoje pela primeira vez em mais de de um ano, mas passaram a cair após intervenções do banco central da Itália.