MERCADO AGORA: Acordo EUA x China deixa investidor confuso

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São Paulo – A enxurrada de notícias a respeito do acordo comercial entre a China e os Estados Unidos deixou os investidores atordoados e o mercado em um clima de cautela, digerindo os detalhes do acerto preliminar formalizado hoje pelos dois países. Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,07%, aos 112.110 pontos, enquanto o dólar comercial subia 0,34% no pregão à vista, aos R$ 4,1080.

Estados Unidos e China concluíram a primeira fase de um acordo comercial que prevê a remoção de tarifas sobre importados de Pequim em etapas, disse o vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen. Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou no Twitter a suspensão da entrada em vigor de uma nova rodada de sobretaxas no domingo.

Além disso, alguns produtos da China que hoje enfrentam tarifas de importação de 15% nos Estados Unidos terão essa cobrança reduzida pela metade, com a alíquota caindo a 7,5%.

“Os Estados Unidos manterão tarifas de 25% sobre aproximadamente US$ 250 bilhões em importações chinesas, juntamente com tarifas de 7,5% sobre cerca de US$ 120 bilhões em importações chinesas”, disse o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), em nota após a divulgação do acordo de primeira fase.

O mercado financeiro global estava empolgado com a possibilidade de um acordo, que havia sido ventilada na imprensa internacional ontem. Hoje de manhã, porém, Trump disse que uma das reportagens detalhando o acordo estava errada e reverteu parte deste sentimento. Minutos depois, a China anunciou que havia sido anunciado um acordo e Trump confirmou a informação.

Essa montanha-russa de notícias deixou o mercado desnorteado, segundo especialistas. “Ainda há incertezas. Antes da coletiva de imprensa da China, o Trump falou que a matéria do Wall Street Journal estava errada e isso deu um medo nos investidores. Já a China falou que chegaram a um consenso, mas não revelou números, não deu detalhes sobre as importações, como foi dado na matéria ontem”, disse o analista da Toro Investimentos, João Freitas.

Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)