São Paulo – Os mercados brasileiros voltaram a exibir um comportamento pautado pela aversão ao risco após Larry Kudlow, principal conselheiro econômico do presidente Donald Trump, dizer que os Estados Unidos ainda podem aplicar um aumento nas tarifas de importação à China que estão programados para 15 de dezembro, contrariando notícia publicada mais cedo, sobre a chance de este aumento ser adiado.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa recuava 0,69%, aos 110.209 pontos, enquanto o dólar comercial subia 0,38% no pregão à vista, para R$ 4,1480. O contrato futuro da moeda com vencimento em janeiro avançava 0,09%, aos R$ 4.150,50.
O mercado brasileiro começou o dia em tom negativo, mas chegou a ganhar força depois que o “Wall Street Journal” publicou reportagem afirmando que o aumento nas tarifas chinesas previstos para meados deste mês poderia ser adiado.
“Essa notícia de adiamento de tarifas que entrariam em vigor dia 15 deu uma puxada nos índices, bolsas europeias que caíam mais de 1%, reduziram quedas e futuros americanos também melhoraram. Essa novela entre Estados Unidos e China ainda faz preço no mercado, embora menos do que antes”, disse o analista da Necton Corretora, Gabriel Machado.
O mercado enfrentava dificuldades em se sustentar no campo positivo por causa da cautela com eventos importantes previstos para os próximos dias, como as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco Central – ambas previstas para amanhã.
A situação piorou depois que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos anunciar que, segundo as comissões responsáveis por analisar o caso do impeachment de Trump, o presidente dos Estados Unidos cometeu crime de abuso de poder e obstrução de justiça utilizando de sua posição como mandatário do país.
A fala de Kudlow desmentindo o adiamento das tarifas mais altas sobre os produtos da China aprofundou a aversão ao risco posteriormente.
Daniele Fonseca, Flávya Pereira e Olívia Bulla / Agência CMA
Edição: Gustavo Nicoletta