São Paulo, 9 de janeiro de 2020 – A queda na produção industrial do Brasil em novembro ante outubro foi duas vezes maior que a esperada e ajudava a manter o Ibovespa em leve baixa no início da tarde, acompanhado por aumentos no dólar e nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
“O dado da indústria está pesando, ele caiu mais do que o esperado e apagou um pouco do otimismo que o mercado tem com a recuperação da economia doméstica”, disse o analista da Toro Investimentos, Rafael Winalda. O indicador recuou 1,2% em novembro ante outubro, mais do que a queda de 0,6% esperada por analistas.
Winalda acrescentou que os dados abrem margem para especulação a respeito da possibilidade de corte de juros no Brasil na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e por isso contribuem também para a alta do dólar.
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o efeito que o conflito entre os Estados Unidos e Irã terá sobre a próxima decisão do Copom respeito da taxa básica de juros, a Selic, depende do efeito que a tensão entre os dois países terá sobre a economia.
“A única coisa que a gente pode mencionar é que depende dos impactos que vão ter. Há dois elementos que tiveram volatilidade grande: preço da carne e mais recentemente do petróleo. Para o BC, o mais importante é como isso afeta o canal de transmissão [da política monetária]”, disse Campos Neto.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,10%, aos 116.127 pontos, enquanto o dólar tinha alta de 0,59%, aos R$ 4,0790 para a venda no pregão à vista. Entre os juros, as taxas de curto prazo operam em queda por causa dos dados sobre a indústria, mas as de maior sobem com foco na alta do dólar e pela grande oferta de títulos para 2031 ofertados mais cedo pelo governo.
Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)