São Paulo – O movimento de alta das bolsas no exterior, decorrente de investidores retornando ao mercado após quedas recentes e de um aparente arrefecimento na crise entre Reino Unido e União Europeia por causa das vacinas da AstraZeneca, puxa para cima o Ibovespa, mas nos mercados de juros e câmbio há um pouco mais de divisão quanto ao movimento, aguardando o desenrolar das eleições no Congresso.
Na cena política local, os investidores estão de olho nos sinais de que o presidente Jair Bolsonaro deve conseguir emplacar aliados nas presidências da Câmara e do Senado, evitando assim o risco de passar por um processo de impeachment. O resultado da votação só será conhecido após o fechamento dos mercados.
O analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, reforçou que os novos nomes podem abrir espaço para o governo de Jair Bolsonaro retomar a pauta de reformas econômicas.
Para o analista da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, apesar do foco dos investidores no Congresso, o risco fiscal independe das eleições para as Casas Legislativas, pois é decorrente mais da instabilidade política.
“A combinação de um ambiente turbulento e das disputas dentro da centro-direita deve limitar a ambição das reformas estruturais. Essa racha da centro-direita tende, inclusive, a se intensificar ao longo do tempo”, avalia.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa subia 1,64%, para 116.955 pontos, enquanto o dólar caía 0,29%, para R$ 5,4600. Entre os juros, os contratos para janeiro de 2022 subiam a 3,325%, de 3,305% no ajuste de sexta-feira, e os contratos para janeiro de 2023 aumentavam para 4,885%, de 4,830%.