MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após chegar a subir mais de 15% perto da abertura, o Ibovespa reduziu ganhos com a possibilidade de os Estados Unidos declararem estado de emergência e especulações em torno do teste do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou, há pouco, que o resultado foi negativo para o coronavírus.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 4,98% aos 76.199,36 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 18,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 6,77% aos 77.010 pontos.

O analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila, acredita que o Ibovespa está seguindo de perto o movimento das Bolsas norte-americanas, que também reduziram ganhos. “A volatilidade deve continuar bem alta”, disse. Há pouco, foi informado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concederá uma entrevista coletiva às 16h (de Brasília) para falar sobre coronavírus. Ele anunciou a entrevista coletiva em sua conta no Twitter, sem oferecer mais detalhes, mas especula-se de que pode anunciar estado de emergência no país.

Já o diretor de operações da Mirae Asset Corretora, Pablo Spyer, destaca que a notícia da “Coluna Esplanada”, do jornal “O Dia”, de que o primeiro teste feito pelo presidente Jair Bolsonaro para o coronavírus deu positivo, chegou a refletir no Ibovespa. No entanto, o presidente acabou de postar em sua página no Facebook que o teste deu negativo.

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo deve anunciar medidas contra a pandemia ainda hoje, com o Banco Central (BC) também anunciando medidas que devem garantir liquidez. O ministro também voltou a afirmar que a andamento de reformas é uma das soluções para a economia.

O dólar comercial ampliou as perdas, chegando a cair ao nível de R$ 4,65, mas desacelerou a queda e passou a subir no início d atarde, exibindo forte oscilação no mercado doméstico, em meio ao viés de recuperação dos ativos globais com os estímulos anunciados pelos bancos centrais dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e da China.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,14%, sendo negociado a R$ 4,7860 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 0,32%, cotado a R$ 4,787.

Há pouco, o Banco Central (BC) realizou o leilão de recompra de dólares, conhecido como leilão de linha, no qual colocou no mercado toda a oferta de US$ 2,0 bilhões. As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre medidas econômicas que deverão ser adotadas também pesam para a oscilação em queda da moeda.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, apesar da forte oscilação da moeda nos últimos minutos, a tendência segue de recuperação no cenário doméstico com as notícias vindas do Fed, com a injeção de liquidez no mercado norte-americano por meio de operações de compromissadas (repo), enquanto o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) anunciou a redução da taxa de depósito compulsório de 0,50 a 1,0 ponto percentual (pp) para alguns bancos.

Aqui, há pouco, o Banco Central realizou a operação de recompra de dólares, conhecido como leilão de linha, em nova tentativa de conter o avanço da moeda após a sessão de ontem, no qual refletiu na cotação inédita de R$ 5,02.

“É alívio com as sinalizações e empenho das autoridades em, de alguma forma, conter os impactos do coronavírus na economia global. Porém, há ainda alguma volatilidade inerente à proximidade do fim de semana [quando investidores elevam o tom de cautela]”, comenta a economista.

Guedes, por sua vez, sinalizou que o Banco Central deverá anunciar medidas em breve, enquanto declarou que a economia já exibe problemas antes do surto do coronavírus, além de reiterar que a “solução” para esses problemas está nas reformas econômicas. “Já mandamos 48 reformas, e 16 são urgentes”, disse.

Quanto a medidas econômicas para conter os efeitos negativos do coronavírus, o ministro declarou que “essas deliberações têm que ser muito pensadas”. Sobre medidas do BC, Guedes afirmou que medidas serão anunciadas em breve para garantir a manutenção do mercado de liquidez, mesmo que ainda, no entanto, não haja problemas de liquidez dos bancos.

“Conversei com o presidente do BC [Roberto Campos Neto] e ele afirmou que está monitorando a liquidez na economia e que vai garantir a manutenção deste mercado e que os bancos estão líquidos e confortáveis”, ressaltou.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) aceleraram a queda, renovando as mínimas da sessão, após a B3 ampliar o limite de oscilação. Ainda assim, os DIs estão longe dos novos limites estabelecidos para o dia. Logo na abertura do pregão, o movimento havia encontrando fundo no limite anterior, com os investidores aproveitando para devolver boa parte dos prêmios embutidos ontem, em meio à melhora do apetite por risco nos mercados globais, após o pânico da véspera.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,37%, de 3,96% no novo limite de baixa do dia (4,28% no anterior) e de 4,95% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 5,47%, de 4,97% no mínimo para o dia (5,37% no anterior) e de 6,20% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,36%, de 5,91% no mínimo para o dia (6,36% no anterior) e 7,26% ao final da última sessão; enquanto o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,33%, de 6,80% no novo limite mínimo (7,27% no anterior) e de 8,22% no ajuste anterior.