MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa mudou de direção no início da tarde de hoje e passou a cair acompanhando os mercados norte-americanos. Mais cedo, a Bolsa subia em dia de alívio no exterior com investidores mais esperançosos em relação às medidas anunciadas por bancos centrais e à possibilidade de novos tratamentos contra o coronavírus. No entanto, a volatilidade ainda deve permanecer elevada.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,21% aos 68.186,80 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava forte avanço de 3,65% aos 68.020 pontos.

“Os mercados sobem forte pelo segundo dia consecutivo, sequência que não acontece desde a semana pré-Carnaval. Esse otimismo dos mercados é motivado por uma série de notícias que não sinalizam que o pior já passou, mas que dão esperanças de que venceremos essa crise”, disseram os analistas da Rico Investimentos, em relatório.

Entre as notícias que ajudam desde ontem, está a possibilidade de novos medicamentos contra o coronavírus, que eram usados para tratar a malária. Além disso, bancos centrais seguem anunciando medidas, como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o banco central da Inglaterra, que cortou os juros.

Há pouco, o Fed também anunciou uma ação coordenada com o Banco do Canadá, com o Banco da Inglaterra, com o Banco do Japão, com o Banco Central Europeu e com o Banco Nacional Suíço para melhorar o fornecimento de liquidez por meio da linha de swap em dólar.

O dólar comercial segue em queda de mais de 1,5% frente ao real refletindo uma sessão de alívio nos mercados globais, principalmente para as moedas de países emergentes, enquanto investidores reagem aos estímulos monetários anunciados por Bancos Centrais, enquanto autoridades prometem medidas para conter os impactos econômicos decorrentes do novo coronavírus. Aqui, o Senado aprovou, há pouco, o decreto de estado de calamidade pública do país em decorrência da pandemia.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,49%, sendo negociado a R$ 5,0210 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 1,54%, cotado a R$ 5,021.

“A semana termina com renovada esperança de que a ação dos Bancos Centrais e de governos possa garantir tempo até que seja encontrada a cura para a pandemia. Enquanto a China se prepara para seguir em frente após ter sido a primeira atingida pelo surto, os demais países ainda não configuram nesse patamar. Ainda devem lutar para que a disseminação da doença não se alastre até que a curva de inversão [dos casos] aponte no horizonte”, comenta o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

Há pouco, senadores aprovaram o decreto de calamidade pública. Foi a primeira sessão virtual da história. A medida suspende o cumprimento da meta de resultado primário neste ano e abre espaço para o Executivo aumentar despesas no combate do novo coronavírus.

O texto, já aprovado pela Câmara dos Deputados, reconhece o estado de calamidade pública com efeitos até 31 de dezembro e cria uma comissão mista do Congresso para acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária.

A estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Crisitiane Quartaroli, destaca que ao longo da semana, o Congresso e o governo federal “voltaram a conversar”, mesmo em meio à ruídos secundários, com a aprovação e anúncio de medidas de estímulos econômicos para “atravessar” os efeitos da doença.

“Apesar do alívio vindo do exterior, os investidores locais também respondem a isso. É importante que neste momento, o legislativo e o governo estejam alinhados, o que não estávamos vendo. Mas é importante pontuar que as medidas terão efeito no médio prazo”, ressalta.

Mesmo com a queda, a moeda norte-americana resiste e opera acima de R$ 5,00, pela quinta sessão seguida. A economista do Ourinvest pondera que o cenário segue de forte aversão ao risco.

“Esse patamar elevado é reflexo de uma crise e suas incertezas. Além disso, estamos com a taxa de juros nos menores níveis da história”, avalia. Nesta semana, o Banco Central (BC) promoveu o corte da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual (pp), o sexto seguido, saindo de 4,25% para 3,75% ao ano.

Às 12h28, o dólar à vista recuava 1,51%, negociado a R$ 5,0190 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 4,9990 (-1,92%) e máxima de R$ 5,0570 (-0,78%). O contrato para abril tinha queda de 1,68%, a R$ 5,0160. Lá fora, o Dollar Index operava em queda de 0,97%, aos 101,759 pontos. As principais moedas de países emergentes operavam mistas ante o dólar; o peso mexicano sobe ao redor de 0,50%.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, mas reduziram o ritmo de retirada de prêmios, principalmente no trecho mais longo da curva a termo. Os investidores mostram cautela com a cena local, apesar do otimismo com a ofensiva global de governos e bancos centrais no combate aos impactos econômicos da pandemia de coronavírus.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,92%, de 3,935% do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 5,41%, de 5,77% no ajuste ao final da sessão anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,73%, de 6,96%; enquanto o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,90%, de 7,98% na mesma base de comparação.