MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa oscila entre leves perdas e ganhos nesta manhã, em linha com o movimento visto nas Bolsas norte-americanas, com investidores fazendo o rebalanceamento de carteiras no último pregão do mês de março e do primeiro trimestre. Também segue a cautela diante das incertezas trazidas pela pandemia do novo coronavírus, apesar de indicadores da China e dos Estados Unidos terem vindo melhores que o previsto.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava ligeira alta de 0,11% aos 74.727,82 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 0,70% aos 74.570m pontos.

“O rebalanceamento de carteiras no último dia do mês deve ditar o ritmo das principais Bolsas hoje. Sinais de normalidade começam a surgir no horizonte, mas ainda sem grande motivação para euforia”, disseram os analistas da Eleven Financial Research, em relatório.

Para Thiago Salomão, da Rico Investimentos, também há algum efeito do rebalanceamento de carteiras que grandes fundos fazem ao final de cada mês, além disso, acredita ser “normal o mercado se acomodar após movimentos tão abruptos” como os vistos ao longo do mês de março.

As Bolsas norte-americanas e europeias também operam uma direção clara até o momento, mas com variações modestas seja no terreno negativo ou positivo. Já as Bolsas asiáticas fecharam a sua maioria em alta depois que os índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) das atividades industrial e de serviços da China subiram em março, apontando que o país pode estar começando a se recuperar depois da paralisação em função do coronavírus.

Para a Guide Investimentos, os PMI apontam uma melhora nas condições e sinalizam uma recuperação chinesa em “V”, mas apesar de animadores, acreditam que os resultados não significam que a economia chinesa voltará tão rápido ao patamar pré-crise. Nos Estados Unidos, dados como o índice do Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial da região de Chicago também caíram menos do que o esperado pelo mercado.

Volátil, o dólar comercial tem viés de alta frente ao real, ao redor de R$ 5,20, após oscilar na abertura dos negócios na última sessão do mês, no qual tem a tradicional disputa pela formação de preço da taxa Ptax de fim de mês. Lá fora, a moeda oscila frente às moedas pares e de países emergentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,19%, sendo negociado a R$ 5,1910 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 0,06%, cotado a R$ 5,199.

“Além de seguir o exterior onde o dólar está mais forte, há o movimento para a formação de Ptax, o que segura um pouco a moeda em alta com a posição dos comprados prevalecendo na disputa”, comenta o gestor de investimentos, Paulo Petrassi. “A guerra pela formação da Ptax costuma deixar as cotações voláteis no último dia do mês”, acrescenta o operador de uma corretora de câmbio local.

Petrassi avalia que o atual patamar da moeda segue “muito exagerado”, apesar do contexto de crise global, mesmo com as intervenções do Banco Central (BC) para conter os avanços da moeda com a oferta de liquidez. “O BC tem atuado muito bem”, diz.

O gestor de investimentos pondera que a postura do presidente Jair Bolsonaro diante do novo coronavírus não deixa de contribuir para o estresse recente já que afasta ainda mais o investidor estrangeiro. “Continuamos a ver uma forte saída de investimentos do país. Não dá para contar com um fluxo muito forte por aqui, o que reflete em dólar alto”, avalia.

“Ajuda ainda a leitura de que a Selic [taxa básica de juros] deve ter mais cortes. Não deixa de continuar o ‘flight to quality’, visto que a atratividade da nossa moeda só cai”, reforça.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com leves oscilações e sem uma direção definida, em uma sessão marcada pelo fraco volume financeiro, o que dificulta firmar um rumo para o dia. Os investidores aproveitam a última sessão do mês e, de quebra, do trimestre, para promover os ajustes finais.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,285%, de 3,395% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,07%, de 4,17% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,28%, de 5,36%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,67%, de 6,75%, na mesma comparação.