MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – A notícia de que a Rússia e Arábia Saudita podem entrar em acordo para equilibrar o mercado de petróleo faz os preços da commddity dispararem e as ações da Petrobras subirem mais de 15%, puxando o Ibovespa, que chegou a subir mais de 4%.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 3% aos 73.097,69 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 2,71% aos 73.130 pontos.

Por meio do seu Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou com o príncipe da Arábia Saudita. “Espero que eles cortem aproximadamente 10 milhões de barris e talvez muito mais que isso. Se acontecer, será ótimo para a indústria de petróleo e gás”, afirmou. A declaração fez os preços do petróleo chegarem a subir mais de 30%.

Após a conversa, os sauditas decidiram chamar uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Mais cedo, os preços da commodity já avançavam depois de declarações otimistas de Trump e da notícia de que a China pretende aumentar compras de petróleo para recompor estoques.

Com isso, as ações da Petrobras aceleraram ganhos e entraram em leilão da B3 por ultrapassar a oscilação máxima permitida. Ao voltar do leilão, continuaram a mostrar forte alta, com as ordinárias subindo 14,63% e as preferenciais, 13,14%, mostrando as maiores valorizações do índice. Ainda entre as maiores altas estão as ações da Braskem.

“Com a entrada dos Estados Unidos na negociação entre Rússia e Arábia Saudita pode ser que o petróleo volte à estabilidade no curtíssimo prazo e isso está gerando impacto na Bolsa hoje”, disse o CEO da WM Manhattan, Pedro Henrique Rabelo.

No exterior, as Bolsas norte-americanas, que tinham perdido força com os dados maiores do que o esperado de pedidos de seguro-desemprego, com impacto do coronavírus, voltaram a acelerar ganhos e sobem mais de 1%.

No entanto, analistas alertam que a volatilidade deve continuar nos mercados, que segue monitorando o aumento do número de casos. “Não dá para dizer se vamos manter essa alta ao longo dia porque as notícias que vem por aí não são boas. As próximas duas semanas também ainda devem ser bem nervosas”, disse o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.

O dólar comercial oscila forte na primeira parte dos negócios reagindo às notícias vindas dos Estados Unidos. Se na abertura dos negócios, a moeda virou o sinal para positivo com a nova disparada dos dados de pedidos de seguro-desemprego no país, agora, passa a cair reagindo à declaração do presidente Donald Trump de que espera que Rússia e Arábia Saudita cortem a produção de barris de petróleo para equilibrar o mercado.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0.03%, sendo negociado a R$ 5,2610 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava alta de 0,19%, cotado a R$ 5,269.

“Acabei de falar com meu amigo MBS [príncipe herdeiro] da Arábia Saudita, que falou com o presidente [Vladimir] Putin da Rússia, e espero que eles cortem aproximadamente 10 milhões de barris e talvez muito mais que isso. Se acontecer, será ótimo para a indústria de petróleo e gás”, escreveu o presidente norte-americano em seu Twitter.

A Rússia, porém, desmentiu que Putin tenha conversado com sauditas sobre o assunto, enquanto Trump acrescentou também no Twitter que o corte pode chegar a 15 milhões de barris.

Mais cedo, os números elevados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos até o fim da semana passada levaram a moeda à altas sucessivas e a renovar a máxima histórica intraday, perto de R$ 5,28. Na semana passada, foram registrados 3,341 milhões de pedidos, passando para 6,648 milhões em março, recorde histórico.

“No curtíssimo prazo, dados como esse serão olhados com lupa. O resultado superou os 3,3 milhões da semana anterior, que já haviam cravado um recorde histórico. No entanto, mesmo um número tão negativo é preciso ser olhado com um grão de sal”, comenta o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua.

Ele acrescenta que há um efeito de atraso já que muitos pedidos da semana passada não conseguiram ser processados a tempo, devido ao congestionamento dos meios digitais. Já o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, avalia que o maior “boom” da história nos empregos do país “parece que vai ficando para trás”.

Os analistas ressaltam, porém, a turbulência que essas notícias provocam no mercado. “Resultado do aumento no número de infectados, reclusão social, interrupção de níveis produtivos vão refletir em retração proveniente do aumento das incertezas em um cenário contracionista”, destaca Faganello.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, devolvendo parte dos prêmios embutidos na primeira sessão do mês, com os investidores empolgados com as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um possível acordo entre sauditas e russos para encerrar a guerra nos preços do petróleo. Ainda assim, a oscilação do dólar ao redor de R$ 5,25 reduz o ímpeto do movimento da curva a termo local, principalmente no trecho mais longo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,22%, de 3,25% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,11%, de 4,21% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,46%, de 5,50%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,93%, de 6,97%, na mesma comparação.