MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após chegar a subir mais de 2% e superar os 80 mil pontos em meio a notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegou a um acordo sobre um corte na produção de petróleo, o Ibovespa desacelerou ganhos e mostra um pouco de volatilidade diante de dúvidas de qual será o tamanho do corte. Os papéis da Petrobras, que avançaram mais de 6%, reduziram a alta.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,94% aos 79.370,84 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente 11,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 0,42% aos 79.385 pontos.

No entanto, investidores ainda seguem otimistas em relação ao acordo e novas medidas anunciadas hoje pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para apoiar a economia diante da crise causada pelo coronavírus. Os números da pandemia também seguem sendo monitorados pelo mercado e pode ocorrer alguma cautela ao longo do pregão em função do feriado amanhã.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias “Dow Jones”, a Arábia Saudita cortaria a produção de petróleo em 4 milhões de barris por dia (bpd) enquanto a Rússia entraria com uma redução de 2 milhões de bpd a partir de abril. De acordo com o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, caso seja esse o tamanho da redução da produção, ficará abaixo do esperado. “Antes poderiam cortar a produção em 20 milhões de barris”, disse.

Ainda no exterior, o Fed anunciou nesta manhã que irá fornecer até US$ 2,3 trilhões em empréstimos. O tamanho e o escopo de três linhas de crédito a famílias e empresas foram ampliados. O novo pacote também inclui empréstimos de até US$ 600 bilhões para pequenas e médias empresas e até US$ 600 bilhões a estados e municípios.

Os dados de seguro-desemprego no país, por sua vez, mostraram uma queda nos pedidos esta semana, mas ainda estão elevados em função da pandemia. Já o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, não trouxe grandes novidades, mas reiterou que o Fed está preparado para agir. “Powell disse que o Fed será agressivo e proativos”, afirmou o analista.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real, renovando mínimas sucessivas no patamar de R$ 5,05, em meio ao ambiente positivo que prevalece no exterior com o anúncio de novas medidas de estímulo para a economia dos Estados Unidos feito pelo Fed. Os números mostrando um pouco de desaceleração nos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos também animam os mercados.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,39%, sendo negociado a R$ 5,0720 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava recuo de 1,04%, cotado a R$ 5,077.

“Foram dois aspectos importantes e positivos. O mercado sai daquela posição de proteção e vai para a posição de risco”, diz o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

Mais cedo, o Fed anunciou que vai oferecer até US$ 2,3 trilhões em empréstimos incluindo estados e municípios, além de pequenas e médias empresas. A autoridade monetária tem atuado bastante neste momento de crise jorrando liquidez no mercado. Há pouco, o presidente da instituição, Jerome Powell, reiterou que querem “garantir recuperação rápida” e que devem também manter a taxa de juros próxima de zero até que o Fed tenha certeza de que a economia resistiu à crise desencadeada com o novo coronavírus.

O mercado de trabalho já emite os efeitos da crise que atinge também o, hoje, epicentro da pandemia. Porém, os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos recuaram em 261 mil, para 6,606 milhões. Na semana passada, o número chegou a 6,867 milhões de pedidos, segundo o Departamento do Trabalho.

Gomes acrescenta que a percepção de “pico do estresse” com a pandemia já aconteceu, o que traz um pouco mais de alívio ao mercado global. “Do ponto de vista técnico, quem estava comprado com medo de um cenário pior, está desovando um pouco suas posições. E o importador está de volta desde ontem quando a moeda ficou abaixo de R$ 5,20”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, com o movimento mais acelerado entre os vértices intermediários e longos, em meio ao renovado apetite por risco no exterior e às fortes perdas do dólar, que já flerta com a marca de R$ 5,05. Os números abaixo do esperado da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA) também ajudam a retirar prêmio da curva a termo local, calibrando as apostas em relação a novos cortes na Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,17%, de 3,205% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,86%, de 4,02%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,02%, de 5,25% após o ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,61%, de 6,81%, na mesma comparação.