MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa oscila entre perdas e ganhos nesta manhã acompanhando de perto o movimento das Bolsas norte-americanas, que mostram dificuldades para definir uma direção em meio a indicadores fracos e à espera de discurso do presidente Donald Trump, que deve falar sobre um possível afrouxamento das regras de isolamento social no país.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,63% aos 78.332,57 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 1,23%, aos 78.515 pontos.

“Eu imaginava que o dia seria de mercado mais positivo após a aprovação do ‘Orçamento de Guerra’ e com alguns países sinalizando a volta de suas economias, mas também não há grande motivos para investidores irem às compras, e ainda podem vir dados e balanços negativos”, disse o operador de renda variável da Commcor Corretora, Ari Santos.

Indicadores norte-americanos como os pedidos de seguro-seguro desemprego, a construção de moradias e o índice Fed Filadélfia de atividade industrial vieram mais fracos do que o esperado pelo mercado hoje, mostrando impacto da pandemia de coronavírus.

No entanto, investidores olham com bons olhos sinais de que vários países estão começando a retomar algumas atividades, afrouxando regras de isolamento social conforme o número de novos casos de covid-19 desacelera. Nos Estados Unidos, também é esperada uma mudança, que pode ser anunciada hoje à tarde por Trump.

Na cena doméstica, foi vista como positiva a aprovação pelo Senado do texto substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2020, que prevê um orçamento segregado para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus no Brasil, chamado de “Orçamento de Guerra”. Os senadores ainda analisarão destaques que pedem alteração de pontos do substitutivo.

Também está no radar a possibilidade de ser anunciado um novo ministro da Saúde, no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que já deu sinais de que deve ser substituído após críticas do presidente Jair Bolsonaro.

O dólar comercial oscila forte na primeira parte dos negócios, operando com sinais positivo e negativo, acompanhando o exterior que segue na expectativa pelo discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que poderá apresentar diretrizes da reabertura da economia norte-americana, enquanto aqui, o Banco Central (BC) tentou mais uma vez conter o avanço da moeda.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,17%, sendo negociado a R$ 5,2520 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava avanço de 0,16%, cotado a R$ 5,257.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, comenta que Trump deve “dar uma ideia” de quando o governo central deverá reabrir a economia. “É natural que o presidente dos Estados Unidos possa dar uma recuada avaliando sua popularidade em ano eleitoral por lá. A economia poderá ser a reaberta, entretanto, deve anunciar algum plano orquestrado com governadores”, avalia.

Gomes reforça que, localmente, o dia é de “movimento comprador mais forte” do que nos últimos dias com a presença de importador. “A gente percebe que o importador entendeu que a faixa entre R$ 5,20 e R$ 5,25 virou nível de compra”, comenta.

O Banco Central mais uma vez atuou no mercado futuro de forma inesperada com a operação de swap cambial tradicional, com o volume total aceito da oferta de US$ 500,0 milhões. Gomes reitera, porém, que a operação não tirou o viés volátil da moeda.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) reduziram o movimento de queda visto logo na abertura do pregão, diante da mudança de sinal, para o negativo, das bolsas brasileira e em Nova York, o que reduziu o apetite por ativos de risco. O dólar, por sua vez, passou a oscilar entre altas e baixas. Ainda assim, o noticiário político local influencia o trecho mais longo da curva a termo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,065%, de 3,045% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,72%, de 3,70% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,70%, de 4,72%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,21%, de 6,28%, na mesma comparação.