MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em alta, em linha com ganhos expressivos de Bolsas no exterior, diante de notícias de que um novo remédio que estaria tendo sucesso no combate ao coronavírus. O índice também reflete o anúncio de um plano para a reabertura da economia nos Estados Unidos e dados menos piores do que o esperado da economia chinesa.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,20% aos 78.750,52 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 0.55% aos 79.010 pontos.

Porém, a cena política local pode continuar pesando negativamente sobre o índice, já que apesar de o novo ministro da Saúde já ter sido escolhido, deixando essa incerteza para trás, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

“Os mercados estão em meio a um rally de alta no exterior com o remédio para o covid-19 e a reabertura americana”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira. O economista, no entanto, destaca que o Ibovespa pode ter que descontar a briga entre Bolsonaro e Maia, que “não é boa no meio da crise”, além da queda dos preços do petróleo.

Agências de notícias internacionais afirmam que a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences pode ter descoberto um possível remédio para combater a covid-19. Ontem, o presidente norte-americano, Donald Trump, também apresentou seu plano para a reabertura da economia dos Estados Unidos, que deve acontecer em três fases e, segundo ele, priorizará a saúde da população. Ainda não há prazo para a implementação do plano de reabertura e cada estado norte-americano poderá determinar quando começar o processo diante da evolução dos casos da doença na região.

Já na China, foram divulgados dados como o PIB, vendas no varejo e produção industrial. Embora o PIB tenha caído 6,8% no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, a primeira queda já registrada no país, os analistas da Commcor afirmam que que foi um pouco menor do que o previsto, assim como a produção industrial.

No Brasil, o presidente anunciou a exoneração de Mandetta e para seu lugar foi escolhido o médico oncologista Nelson Teich. Porém, durante a apresentação do novo ministro, Bolsonaro fez duras críticas à Justiça e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem acusou de querer tirá-lo do cargo.

Em resposta, Maia afirmou que não há nenhuma intenção de prejudicar o governo e que não iria entrar em debate com o governo. Entretanto, o clima segue tenso, sendo que o Congresso ainda precisa aprovar uma série de medidas de combate à pandemia, como o “Orçamento de Guerra”.

Após oscilar sem rumo definido na abertura dos negócios, o dólar comercial firma viés de alta frente ao real digerindo às notícias mais positivas no exterior, enquanto no mercado doméstico, investidores seguem atentos à política e buscam proteção antes do fim de semana e de um feriado local na terça-feira. Há pouco, o Banco Central (BC) anunciou mais uma operação de swap cambial tradicional.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0,05%, sendo negociado a R$ 5,2520 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava avanço de 0.32%, cotado a R$ 5,255.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, chama a atenção para a correção do contrato futuro para maio no qual fechou em queda ontem, na contramão da moeda no mercado à vista. “Além dessa correção, tem a proteção antes do fim de semana”, diz.

Lá fora, os mercados ainda digerem os números da economia da China no qual mostraram forte retração no varejo e também produção industrial em março, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) exibiu recuo de 6,8% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado, apesar do dado ficar acima do esperado.

“O segundo trimestre do país asiático deve marcar recuperação com a restauração da atividade sendo feita gradualmente. Um ponto de incerteza será a demanda externa, uma vez que vários países estão tendo problemas em reabrir suas economias, o que deve acontecer em breve, prejudicando o comércio”, comenta o consultor.

Ele acrescenta que a China, mesmo tendo seu crescimento afetado significativamente em relação aos anos anteriores, deve marcar algum crescimento esse ano.

O BC fará daqui a pouco a venda de dólares no mercado futuro com a oferta de US$ 500,0 milhões, o que corroborou para um leve recuo da moeda.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) engataram um movimento de realização de lucros e passaram a subir, após iniciar a sessão com leves oscilações. Os investidores recompõem prêmios ao longo de toda a estrutura a termo, em meio ao cenário político tenso em Brasília e à proximidade do feriado nacional, na terça-feira, o que tende a esvaziar o pregão na próxima segunda-feira.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,095%, de 3,06% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,75%, de 3,67% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,73%, de 4,61%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,22%, de 6,12%, na mesma comparação.