MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em queda de mais de 1% nesta manhã pressionado pelas perdas das ações da Vale, que reagem à balanço do quarto trimestre de 2019, e pela cautela vista no cenário externo em função do surto de coronavírus. Investidores também preferem manter posições de proteção na véspera do Carnaval, quando a Bolsa brasileira estará fechada e outros mercados no exterior continuam abertos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,94% aos 113.498,78 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 8,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 0,63% aos 114.140 pontos.

As ações da Vale estão entre as maiores quedas do índice hoje depois que a mineradora reportou prejuízo líquido de US$ 1,562 bilhão no quarto trimestre de 2019, revertendo lucro de US$ 9,650 bilhões registrados um ano antes. O prejuízo foi provocado, principalmente, pelas provisões e despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho.

Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, as ações reagem a esses ajustes feitos no trimestre em função de Brumadinho, além de o papel sentir a maior cautela em função do coronavírus. Em teleconferência, porém, a diretoria da Vale afirma que mesmo com o vírus está operando em todos os portos da China.

“Tivemos muitos ajustes em função de Brumadinho, o que até já era esperado, mas fica difícil de projetar. Pela minha experiência, as empresas aproveitam momento um pouco mais negativo para fazer limpezas no balanço e acho que a Vale fez alguma limpeza”, disse Bandeira.

Ainda entre as maiores quedas, além da Vale, estão as ações da Rumo, do IRB Brasil e da Gerdau. Já na contramão, as maiores altas são da Lojas Americanas, da WEG e da Suzano.

Já no cenário externo, a maioria da Bolsas opera em queda com investidores preocupados com o aumento de casos do coronavírus fora da China, como na Coréia do Sul. “Certamente a questão do vírus ainda pode manter um nervosismo no curto prazo, além de ser véspera de Carnaval”, lembra o economista.

Após renovar máximas históricas, acima de R$ 4,40, o dólar comercial oscilou abaixo deste nível, chegando a inverter o sinal em movimento local de “zeragem de posições e fluxo pontual”, segundo analistas, mas voltou a subir e opera nos níveis da abertura dos negócios.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,22%, sendo negociado a R$ 4,3820 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2020 apresentava recuo de 0,29%, cotado a R$ 4,382.

Para o operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, algum “fluxo pontual ou zerada parcial de comprados” levou a moeda a operar com sinal negativo e a renovar a mínima do dia, abaixo de R$ 4,39.

Já o analista da Quantitas, Matheus Gallina, ressalta a redução global da força do dólar, enquanto aqui, o movimento é de “alinhamento de posições” antes do feriado prolongado de Carnaval.

Mesmo com a moeda em patamar inédito e renovando máximas intraday pelo segundo dia consecutivo, o Banco Central (BC) ainda não interveio no mercado cambial. “A postura da autoridade monetária de se manter à distância também não alivia a pressão [do dólar]. A aversão ao risco, os comentários do ministro da Economia [Paulo Guedes] de que o novo normal é o dólar alto, além da cautela do investidor estrangeiro, são suficientes para isso”, comenta o consultor de câmbio da Advanced, Alessandro Faganello.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) apagaram o viés positivo e passaram a ensaiar queda, principalmente no trecho mais curto da curva a termo, na esteira da mudança de sinal do dólar para o negativo, que passou a ser negociado abaixo de R$ 4,40, após a divulgação de dados fracos sobre a atividade nos Estados Unidos. A curva a termo também é pressionada pelos títulos norte-americanos (Treasuries), que testam mínimas recordes.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,185%, de 4,195% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,65%, de 4,67% após o ajuste anterior; enquanto os DIs de prazo mais longos estavam nivelados aos ajustes da véspera, com o vencimento para janeiro de 2023 em 5,23% e o DI para janeiro de 2025 em 6,02%.