MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue sem um rumo definido na manhã de hoje, apresentando forte volatilidade desde a abertura dos negócios. De acor com especialistas de mercado, os investidores aguardam novidade sobre as investigações de depoimentos realizados pela Polícia Federal envolvendo as denúncias do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

“Os investidores devem acompanhar o desenrolar das investigações, sobre os envolvidos no depoimento de Moro. A agenda política, segue carregada e gerando forte volatilidade na bolsa brasileira. Além dos nove depoimentos, a começar com o do ex-diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o vídeo da reunião ministerial, foi entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) na íntegra, com Celso de Mello, decidindo se irá disponibilizar o conteúdo ao público na integra ou parcialmente”, explicaram, em relatório, Régis Chinchila e Sandra Peres, da Terra Investimentos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava ligeira alta de 0,01%, aos 80.273,42 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava retração de 0.34%, aos 80.335 pontos.

“Ainda na parte política, Bolsonaro (Jair, presidente), irá ampliar o rol de atividades essenciais durante a pandemia da covid-19, mesmo com os números de infectados e mortes subindo vertiginosamente, chegando com mais de 11 mil mortes”, afirmaram os especialistas no documento.

No mercado externo, Régis Chinchila e Sandra Peres destacam que também haverá volatilidade hoje, com investidores esperando por novidades sobre a reabertura das economias da Europa e dos Estados Unidos, após o fechamento para conter a disseminação do novo coronavírus.

“Enquanto, as bolsas Asiáticas fecharam mistas, com o temor de uma segunda onda da infecção, dada a reabertura da economia. O governo chinês confirmou novos casos do covid-19 registrados na província de Jinlin, no nordeste do país e na área metropolitana de Seul no final de semana”, destacaram no documento.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real na primeira parte dos negócios, chegando a operar acima de R$ 5,80, com o mercado precificando incertezas no cenário político doméstico, além da moeda ganhar terreno no exterior em meio ao crescente números de casos confirmados do novo coronavírus, avaliando a reabertura de economias na Europa e em parte dos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,80%, sendo negociado a R$ 5,79000 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,75%, cotado a R$ 5,794.

“O mercado está precificando as incertezas quanto a decisão do presidente Jair Bolsonaro sobre vetar ou não o projeto que prevê o reajuste salarial para servidores públicos. Se ele vetar, cria uma saia justa com o Congresso Nacional, se ele sanciona, sem vetos, ele derruba o ministro da Economia [Paulo Guedes]”, avalia o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

Voltando aos níveis de R$ 5,80 após “trégua” na sexta-feira, o diretor de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante, avalia que o dólar segue sem perspectiva de recuo, ao menos nesta semana.

“A semana começa ainda com foco no novo coronavírus, tanto no mercado interno quanto externo. No mundo, a principal preocupação são os novos casos de infecções em países que começaram a retomar a economia, como a Alemanha e Coreia do Sul. Esse fato tem deixado investidores cautelosos”, comenta.

Cavalcante acrescenta que aqui, a semana também “será tensa” no meio político em meio aos depoimentos previstos no caso da suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). “O dólar abre a semana com valorização no mercado mundial e não será diferente aqui, sem muitas perspectivas de recuo”, reforça.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) são negociadas em alta, pressionadas pelo dólar, que sobe mais de 1% e é cotado acima de R$ 5,80. Ainda assim, a movimentação da curva a termo local é limitada pela expectativa em torno da carregada agenda de eventos e indicadores econômicos, a partir de amanhã.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,455%, de 2,475% após o ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,25%, de 3,24% após ajuste na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,43%, de 4,42%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,42%, de 6,39%, na mesma comparação.