MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em alta desde a abertura dos negócios, mas com investidores ainda mantendo a cautela devido ao cenário político local adverso. A divulgação da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), apenas confirmou mais um corte na Selic (taxa básica de juros), como já era esperado pelo mercado, avaliam os analistas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,28%, aos 80.079,52 pontos. O volume financeiro do mercado era de cerca de R$ 8,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 1,49%, aos 80.180 pontos.

“Na parte político, o desenrolar das investigações, traz hoje, o depoimento dos três ministros militares do governo. Já o depoimento de Valexo, trouxe a confirmação que sua troca, foi porque Bolsonaro queria alguém com mais afinidade a ele na direção da PF, e que ele próprio não pediu o afastamento, como anunciado no diário oficial, confirmando assim, todo o depoimento de Sergio Moro”, explicaram, em relatório, Régis Chinchila e Sandra Peres, da Terra Investimentos.

“Ainda na parte política, o vídeo da reunião ministerial deverá ser divulgado ao público nos próximos dias. Como esse governo mostrou gostar de grandes combates, o novo ministro da saúde, Teich, já vem sentindo o gostinho das intervenções de Bolsonaro, sendo pego de surpresa com o decreto do presidente em incluir na lista de serviços essenciais, as academias de ginástica e as barbearias, mesmo anunciado um programa de isolamento seja mais flexível que o anterior”, acrscentaram.

No cenário externo, os especialistas da Terra Investimentos destacam que os investidores também devem ficar de olho nos sinais da tensão comercial entre Estados Unidos e China. “A trégua parece ter durado pouco, o governo de Donald Trump tenta bloquear os investimentos em ações chinesas por um fundo de pensão do governo, mesmo com os chineses declarando que irá isentar mais produtos dos EUA, em entendimento a primeira fase do acordo”, afirmaram.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real desde a abertura dos negócios acompanhando o exterior mais positivo influenciado pelo sinal positivo emitido pela China em relação à guerra comercial após os Estados Unidos elevarem o tom na semana passada. O país asiático anunciou uma lista de produtos norte-americanos que ficarão isentos de tarifas. Aqui, porém, a política local segue no radar dos investidores.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,49%, sendo negociado a R$ 5,7890 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 0,47%, cotado a R$ 5,797.

“Está positivo seguindo o exterior com o enfraquecimento do dólar após a China divulgar que vai tirar a tarifa de alguns produtos dos Estados Unidos. Isso trouxe uma percepção melhor quanto ao acordo comercial depois da semana passada”, comenta a economista-chefe do banco Ourinvest, Fernanda Consorte. Nos últimos dias, o presidente Donald Trump elevou o tom contra a China dizendo que não faria mudanças no acordo firmado em janeiro.

Segundo o país asiático, cerca de 80 itens, que incluem uma série de produtos químicos e materiais usados em indústrias, como chapas de metais, tubos e parafusos, além de motores e eletrônicos como câmeras de televisão, ficarão isentos de tarifas punitivas de importação de 19 de maio deste ano a 18 de maio de 2021.

Porém, a economista reforça que o patamar da moeda segue alto porque precifica as incertezas políticas e a taxa de juros mais baixa no país. Em relação ao cenário político, há pouco, foi divulgada a pesquisa conduzida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o Instituto MDA no qual mostra que a taxa de reprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro aumentou de 31,0% em janeiro para 43,4% em maio. É a taxa mais alta desde que Bolsonaro foi eleito. Já a taxa de aprovação do governo caiu de 34,5% para 32,0%.

Os entrevistados que avaliaram o governo como regular caíram de 32,1% para 22,9%, enquanto os que não souberam ou não quiseram responder diminuíram de 2,4% para 1,7%. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas por telefone, de 494 municípios e 25 estados, entre 7 e 10 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais (pp).

“A pesquisa mostrou que a reprovação está aumentando, mas é interessante avaliar que resiliência do grupo de apoio que mantém os 30% de aprovação. É um público fiel”, diz.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem sem uma direção única, com os vértices mais curtos oscilando positivamente entre margens estreias, enquanto os vencimentos mais longos recuam. Os investidores calibram as chances de cortes adicionais na Selic, após a divulgação da ata da reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom), ao mesmo tempo em que digerem os dados econômicos do dia.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,52%, de 2,475% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,34%, de 3,27% após o ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,47%, de 4,46% e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,46%, de 6,43%, na mesma comparação.