MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa inverteu a tendência de alta e passou a operar em queda no início da tarde de hoje. Sem novidades por aqui, o índice segue o mercado externo, com as Bolsas norte-americana passando a acelerar o recuo.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava retração de 0,41%, aos 77.550,88 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava ligeiro avanço de 0,09%, aos 77.630 pontos.

O dólar comercial acelerou os ganhos e chegou a renovar máximas históricas intraday acima de R$ 5,93 com o mercado reagindo ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que além da possibilidade de juros negativos por lá, a autoridade monetária poderá oferecer novos estímulos monetários à economia dos Estados Unidos. Apesar de as moedas de países emergentes subirem ante o dólar, a moeda estrangeira passa a ganhar terreno no exterior.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1%, sendo negociado a R$ 5,9300 para venda. No mercado futuro, o contrato de moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,84%, cotado a R$ 5,941.

“Na primeira hora, o dólar acompanhou o movimento externo com a valorização das moedas de países emergentes. Porém, o mercado reagiu às falas de Powell que, em resumo, anunciou que deve ser preciso emitir novos estímulos monetários para conter a derrocada da economia norte-americana”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Hoje, Powell declarou que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levanta preocupações de longo prazo, uma vez que recessões prolongadas podem deixar danos na capacidade produtiva da economia, desencorajar o investimento, limitar empregos e deixar a renda estagnada.

“Devemos fazer o possível para evitar esses resultados e isso pode exigir medidas políticas adicionais. No Fed, continuaremos a usar nossas ferramentas ao máximo até que a crise passe e a recuperação econômica esteja em andamento”, destacou. O presidente do Fed ainda reforçou que não descarta a possibilidade de “juros negativos” nos Estados Unidos.

Segundo Rugik, investidores domésticos entenderam que a economia dos Estados Unidos deverá ter uma piora ainda maior do que o esperado atualmente. “Se lá fora está ruim, imagina aqui. Nessa disparada da moeda, há uma corrida por proteção, por uma compra forte de dólar e vira um efeito manada. O que a gente chama de stop loss”, reforça.

Depois de a moeda renovar máximas históricas sucessivas, o Banco Central (BC) anunciou um leilão de swap cambial tradicional, ou seja, venda de dólares no mercado futuro disponibilizando até US$ 500,0 milhões.

Porém, o profissional da Correparti diz que a autoridade monetária deveria fazer, adicionalmente, a operação de venda de dólares no mercado à vista que “certamente acalmaria os ânimos” do mercado. “O dólar se aproxima de R$ 6,00 e esse nível não é bom para ninguém”, reforça.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) inverteram a trajetória de queda ensaiada logo na abertura do pregão e passaram a subir ao longo de toda a estrutura a termo. A alta acelerada do dólar, que já testa a marca de R$ 5,90, conduz o movimento de recomposição de prêmios, após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Além disso, a tensão na política local também pesa nos negócios.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,64%, de 2,61% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,60%, de 3,50% após o ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,84%, de 4,73%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,80%, de 6,69%, na mesma comparação.