MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em alta refletindo o tom positivo das Bolsas norte-americanas, com a reabertura de economias mantendo a tendência de alta dos mercados. As ações da Petrobras também ajudam a manter o índice em alta, acompanhando os preços do petróleo. Porém, não está descartado que ocorra volatilidade ao longo do pregão em função da cena política local ainda conturbada.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,84%, aos 81.424,38 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,77% aos 81.500 pontos.

“As Bolsas estão com um ânimo bem melhor do que ontem, na expectativa de reaberturas das economias”, disse o diretor de operações da Mirae Asset Corretora, Pablo Spyer, em vídeo a investidores.

Spyer cita o estado de Nova York, que está entrando na primeira fase de reabertura, assim como a Califórnia e Connecticut. Empresas de varejo e de serviços começam a voltar a operar com algumas medidas restritivas nesses estados norte-americanos. Além disso, notícias de evoluções em tratamentos e vacinas contra o novo coronavírus têm ajudado no viés de alta das Bolsas.

Ainda nos Estados Unidos, investidores devem acompanhar a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), às 15h, embora o presidente do Fed, Jerome Powell, já tenha dado declarações nos últimos dias falando que pode usar mais medidas para apoiar a economia.

No cenário político doméstico, segue a expectativa pela divulgação do vídeo da reunião ministerial, indicado pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal (PF). Para o economista da Guide Investimentos, Vitor Beyruti Guglielmi, o vídeo “pode trazer novos constrangimento ao governo caso seja divulgado na íntegra pelo ministro do STF [Supremo Tribunal Federal], Celso de Mello”.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real, renovando mínimas sucessivas abaixo de R$ 5,70, em dia mais positivo no exterior e para as moedas de países emergentes com a falta de notícias negativas lá fora e aqui, principalmente, no cenário político, o que leva investidores a seguirem com o rali iniciado na segunda-feira.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,04%, sendo negociado a R$ 5,7010 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 1,02%, cotado a R$ 5,704.

“O dólar segue o exterior e aqui, especialmente, na ausência de notícias ruins, investidores dão sequência ao desmonte de posições feitas à espera de uma piora do dólar”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

Ele não descarta, porém, que a volatilidade possa a prevalecer no mercado doméstico caso o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, autorize a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril no qual o presidente Jair Bolsonaro teria interferido politicamente na Polícia Federal, como declarou o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“A volatilidade tem sido fiel companheira dos investidores, e começa a semana com ‘feriadão’ em São Paulo, o que pode mudar a rotina em algumas instituições financeiras. Caso a liquidez seja afetada por esse motivo, podemos ver pressão na moeda”, acrescenta o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) não conseguem acompanhar o ambiente externo mais favorável aos ativos de risco, que derruba o dólar para abaixo de R$ 5,70 e embute ganhos de mais de 1% nas bolsas de São Paulo e de Nova York. Os investidores recompõem prêmios ao longo de toda a curva a termo local, em uma sessão marcada pelo volume reduzido de negócios por causa da antecipação de feriados na cidade de São Paulo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,54%, de 2,525% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,43%, de 3,39% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,60%, de 4,54%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,56%, de 6,51%, na mesma comparação.