MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa sobe acompanhando o tom positivo da maioria das Bolsas no exterior, que seguem em tendência de alta sustentadas por notícias de novas vacinas em estudo contra o novo coronavírus, pela reabertura de economias e novos estímulos econômicos. No entanto, a tensão entre a China e os Estados Unidos pode trazer cautela, já que o governo norte-americano deve anunciar nos próximos dias se irá impor sanções à Pequim. A cena política doméstica também segue no radar.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,49%, aos 86.749,29 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,90%, aos 86.855 pontos.

“A Europa anunciou um pacote de medidas, que já era esperado, não é novo, mas ajuda bastante na alta das Bolsas hoje”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara. A Comissão Europeia fez sua proposta de plano de recuperação econômica na União Europeia, de quase 750 bilhões de euros. Se implementado, o plano representaria um passo histórico na união das finanças nacionais dos 27 estados membros do bloco.

O plano anunciado se junta a notícias de que vários países seguem reabrindo suas economias e que empresas como a Novavax seguem otimistas com vacinas em estudo. Porém, ainda no exterior, o presidente norte-americano Donald Trump disse ontem à noite que deve anunciar nos próximos dias se vai impor novas sanções contra a China, que quer ter maior controle de Hong Kong. “Isso não está impactando muito o mercado ainda, mas vem ganhando importância”, alertou Miziara.

Já no Brasil, investidores seguem acompanhando a investigação sobre a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF) e novas operações da PF. Depois da operação que atingiu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ontem, a PF deflagrou uma operação contra “fake news” hoje, que atingiu o ex-deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang (dono da Havan), entre outros. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que é relator do caso.

Os analistas da Commcor Corretora também destacam que “investidores aguardam para hoje o tão prometido veto do presidente ao reajuste dos servidores até fim de 2021, única contrapartida para a ajuda de R$ 60 bilhões a Estados e Municípios em meio à pandemia”.

O dólar comercial tem queda firme, mas reduziu as perdas após operar nas mínimas abaixo de R$ 5,30, nos menores valores desde 20 de abril, acompanhando uma piora no exterior no qual leva o peso mexicano a cair mais de 1%, enquanto as bolsas norte-americanas oscilam sem direção única. Aqui, investidores acompanharam há pouco novos números do mercado de trabalho doméstico.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,30%, sendo negociado a R$ 5,2950 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 1,14%, cotado a R$ 5,295.

“Deve ser alguma realização lá fora que fez as bolsas a caírem, enquanto o DXY passou a subir”, comenta o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer. Ele acrescenta que o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado há pouco, pouco refletiu no mercado. “Não tínhamos números e nem pesquisa antecedente para fazer parâmetro a esses números”, diz.

Segundo o Ministério da Economia, o país fechou 860.503 postos de trabalhos até abril deste ano refletindo a queda no número de contratações em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Foi o pior resultado para o mês da série histórica, iniciada em 1992.

Apesar das oscilações no exterior, o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, destaca que estímulos anunciados pela União Europeia animou investidores no início da sessão. A Comissão Europeia divulgou um pacote de auxílio de 750 bilhões de euros para estimular as economias da região e aliviar os efeitos danosos da crise gerada pelo novo coronavírus, enquanto boa parte dessas economias reabrem a economia.

“O fator mais importante desse pacote de ajuda é que ele deverá funcionar para além das fronteiras nacionais”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros seguem com leves oscilações (DIs), mas exibem um ligeiro viés positivo, principalmente no trecho longo da curva a termo, que retoma a tendência de inclinação (steepening). O movimento vai na contramão do dólar, que se aproxima da marca de R$ 5,30, em meio à falta de gatilhos (triggers) para os negócios no dia.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,405%, de 2,385% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,27%, de 3,24% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,36%, de 4,31%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,07%, de 6,01%, na mesma comparação.