MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

790

São Paulo – O Ibovespa segue acelerando ganhos desde a abertura do pregão e ultrapassou os 90 mil pontos, o que não acontecia desde o dia 11 de março (92.202,15 pontos), acompanhando o otimismo dos mercados acionários no exterior. As Bolsas seguem sustentadas pela reabertura de economias e estímulos econômicos, ignorando o aumento de protestos nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava avanço de 1,99%, aos 90.386,24 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava valorização de 1,74%, aos 90.430 pontos.

“Os ativos de risco continuam em uma dinâmica bastante positiva nos últimos dias e até contrariando possíveis riscos, como a piora da relação entre Estados Unidos e China e as manifestações nos Estados Unidos”, disse o estrategista em ações da Genial Investimentos, Filipe Villegas, em vídeo a clientes.

Para ele, o mercado precifica um possível retorno à normalidade depois da pandemia do novo coronavírus e uma recuperação mais rápida da economia, que pode ser vem “V”. Em um cenário mais conservador, ele afirma que 88 mil pontos seria um preço justo para o Ibovespa, mas no cenário mais otimista, acredita que o índice pode buscar os 94 mil pontos. No entanto, se chegar nos 94 mil pontos alerta que o mercado pode ter entrado em uma dinâmica de “certo exagero”, sujeito a correções mais fortes posteriormente.

Nos Estados Unidos, os protestos em reação ao assassinato de George Floyd por um policial branco em Minneapolis se espalharam pelo país, além de ter ocorrido um aumento da violência e de saques em algumas cidades. Ontem, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que pediu a todos os governadores que utilizassem toda a tropa disponível da Guarda Nacional e da polícia para “tomarem por completo suas ruas e controlarem o caos” causado, segundo ele, pelas manifestações.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e opera nos menores níveis desde 17 de abril, abaixo de R$ 5,25, seguindo o bom humor que prevalece no mercado externo e leva as principais moedas de países emergentes a uma forte valorização. O real é a moeda que mais se valoriza entre as 16 mais negociadas.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 2,97%, sendo negociado a R$ 5,2270 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava retração de 2,66%, a R$ 5,232.

“As tratativas entre Estados Unidos e China com notícias mais positivas hoje trouxeram um espaço para essa recuperação do real”, comenta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Isso porque o país asiático não confirmou os rumores de que suspenderia as compras em larga escala dos principais produtos agrícolas dos Estados Unidos, como soja e carne de porco. “Não há informações sobre isso. A posição da China sobre questões econômicas e comerciais com os Estados Unidos é clara e consistente”, declarou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.

A economista acrescenta que otimismo global também prevalece com a reabertura de importantes economias e com alguns indicadores que têm mostrado “alguma trajetória de redução da contração da atividade econômica”. Porém, ela reforça que investidores seguem atentos aos fatores que podem pressionar a taxa de câmbio, como a política doméstica.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) acompanham o rali observado nos demais mercados locais e intensificam o ritmo de retirada dos prêmios, principalmente nos vértices mais longos, em meio à queda acelerada do dólar, que é cotado abaixo de R$ 5,25. O movimento é amparado pelo otimismo externo e o apetite por risco, o que impulsiona também a Bolsa brasileira (Ibovespa).

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,26%, de 2,28% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,07%, de 3,14% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,10%, de 4,23%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,78%, de 5,94%, na mesma comparação.