São Paulo – Os receios com o atual quadro da covid-19 no Brasil – onde os novos casos seguem crescendo depois de terem renovado um recorde na semana passada – e com potenciais atrasos na campanha de vacinação da população contra a doença mantêm o Ibovespa em território negativo e ajudam a impulsionar o dólar.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,81%, a 120.254 pontos, enquanto o dólar comercial subia 0,69%, a R$ 5,3420.
A tendência global para os mercados emergentes é que continuem sendo beneficiados pela liquidez abundante despejada pelos bancos centrais. “Mercados emergentes colecionam novos recordes, com as taxas de juros globais ultrabaixas e as esperanças de estímulo iluminando suas perspectivas”, pontua Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
No caso brasileiro, porém, o movimento é prejudicado pelos desafios impostos pela imunização contra a covid-19, pela perda de tração da atividade econômica e pela queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro em meio ao colapso do sistema de saúde em Manaus (AM). O “espaço para erros” por parte do Brasil está “cada vez mais próximo de zero”, adverte Vieira.
Entre os juros, as taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2022 caía a 3,24%, de 3,26% ontem, enquanto para 2023 a taxa caía de projetava taxa de 4,97%, de 4,98%.
A queda é motivada em parte por ajustes nas expectativas do mercado em relação à trajetória da taxa básica de juros, a Selic.
“Tem gente achando que o Banco Central não vai tirar o forward guidance [orientação futura] agora e que o juro [Selic] só vai subir no segundo semestre e olhe lá, dependendo do avanço da economia, que só patina; que o choque na inflação é temporário e que o auxílio [emergencial] seria menor”, enumera o analista da CM Capital, Jefferson Lima, ao tentar explicar o comportamento desigual da curva a termo, com maior pressão no trecho longo.
Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)