MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – A cautela dos investidores antes do anúncio da decisão de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, mantém um clima de aversão ao risco nos mercados do Brasil e do exterior. Embora a expectativa seja de manutenção das políticas atuais, os investidores querem saber se o Fed pretende reduzir o grau de estímulo oferecido a economia e quando fará isso.

O economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, destacou que o mercado não espera “grandes novidades” em relação ao Fed. “A autoridade monetária voltará a comunicar sua postura altamente acomodatícia, reforçando a manutenção da taxa de referência em patamares próximos de zero por tempo duradouro e a continuidade no programa de compra de ativos públicos e privados.”

Ele acrescenta que a expectativa por essa postura acomodatícia deve seguir dando sustento aos ativos de risco. “Enquanto o mais novo pacote fiscal preconizado pela equipe econômica de Biden não é implementado”, disse.

Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,41%, a 115.979 pontos, enquanto o dólar comercial subia 1,55%, para R$ 5,4060.

Entre os juros, as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiam a 3,430%, de 3,425% ontem, e as taxas para janeiro de 2023 recuavam a 5,045%, de 5,085%. A falta de direção reflete, além da cautela com o Fed, o ajuste de posições dos investidores às comunicações recentes feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), indicando que a era de juros na mínima histórica de 2% está perto de acabar.

Segundo um diretor da tesouraria de um banco estrangeiro, a maioria do mercado financeiro prevê que o primeiro passo de aperto monetário desde 2016 irá ocorrer em breve.

“Estranho é explicar como muitos ainda se dizem surpresos”, ressalta o profissional, referindo-se à “destruição da moeda” [local], à situação política e à deterioração fiscal. “Não vejo muito a fazer nos juros [diante desses problemas]. É certo que o Copom vai subir a taxa, mas ainda não há certeza se vão ‘entregar’ 0,25 [ponto percentual, pp] ou 0,50 [pp]”, conclui o diretor, ressaltando que um aperto maior seria a “decisão mais acertada”.