São Paulo – A expectativa de que os principais bancos centrais do mundo continuarão oferecendo suporte à economia global ajudam a manter o apetite por risco nos mercados brasileiros, mas com uma pitada de cautela, diante do aumento de casos de covid-19 em Pequim e de sinais de agravamento da pandemia em algumas regiões dos Estados Unidos.
Após chegar a subir mais de 3% perto da abertura, o Ibovespa operava em alta de 1,36% no início da tarde, após a notícia de que as escolas da capital da China devem ser fechadas em função do aumento de casos de coronavírus.
Além disso, o governo de Pequim elevou o grau de alerta de covid-19 em função do aumento de casos na cidade.
Os investidores também digerem dados mostrando que as vendas no varejo brasileiro em abril caíram 16,8% na comparação com março, queda superior à de 11,1% esperada pelo mercado e equivalente ao pior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2001.
No entanto, os investidores ainda encontram alívio nas medidas de estímulo anunciadas por bancos centrais – como a ampliação do programa de aquisição de títulos de dívida corporativa anunciada ontem pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e declarações do presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, antevendo pouca chance de alta nos juros do país nos próximos dois anos.
No Brasil, por sua vez, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie amanhã uma queda de 0,75 ponto percentual da Selic, além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse que pretende conceder crédito emergencial para empresas de diversos setores, como o aéreo, elétrico e automotivo.
No mercado de câmbio, o dólar opera em alta de 0,60%, a R$ 5,1720 no pregão à vista, com investidores dando mais ênfase do que o mercado de ações às notícias sobre a pandemia do novo coronavírus. . “O medo de uma segunda onda de coronavírus parou o rally no mercado nas bolsas de Nova York, tirando-as das máximas, e elevou o dólar com essa notícia devido aos novos focos de covid-19 na China”, comenta o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
No caso dos juros, as taxas operam sem direção comum e perto da estabilidade, diante de relatos envolvendo a pandemia de coronavírus e o ressurgimento de casos de contágio na China e nos Estados Unidos. Ainda assim, a expectativa de manutenção de estímulos monetários por parte dos bancos centrais deixam a curva a termo mais volátil.
O DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,11%, de 2,12% após o ajuste de ontem, e o contrato para janeiro de 2022 estava em 3,08%, de 3,05%. A taxa par janeiro de 2023 estava em 4,15%, estável em relação a segunda-feira, e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,76%, de 5,71%, na mesma comparação.
Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)