MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

475

São Paulo – A Bolsa chegou a subir mais de 1% e se firma nos 126 mil pontos. Mais cedo, o principal índice da B3 tinha perdido um pouco da força, mas voltou a se recuperar.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,87%, aos 126.183,69 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 1,08%, aos 126.695 pontos.

Os investidores repercutem a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes em relação à reforma tributária, aguardam a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) e monitoram os ruídos políticos.

Segundo o analista sênior, Luiz Henrique Wickert, da plataforma de investimentos sim; paul, a Bolsa está “em recuperação da exagerada queda de ontem”, mas explica que o mercado segue preocupado com a reforma tributária.

Mais cedo, o Ibovespa deu uma desacelerada na alta devido à fala do ministro da Economia Paulo Guedes. “No primeiro momento, Guedes insistiu em tributar os dividendos em 20% e parece que deu uma ‘pesada’ no mercado”, quando ele esclareceu que o que pretende tributar de dividendo ele vai aliviar ou tributar menos a empresa, aí o mercado se acalmou e teve uma forte alta”.

Wickert comenta que existe uma alta exagerada nos papéis do Ibovespa. As ações das siderúrgicas sobem pelo bom desempenho do minério de ferro e o destaque é para Magazine Luiza (MGLU 3) devido ao resultado das vendas no varejo, que sobem mais de 3,00%.

Os investidores esperam que o banco central norte-americano sinalize sobre a diminuição do ritmo da compra de ativos financeiros. “O Fed deverá trazer mais detalhes sobre o debate entre os diretores da instituição sobre a retirada de estímulos monetários”, afirma a equipe da Ajax Capital.

Para os analistas da Toro Investimentos, a Bolsa deve ficar levemente positivo, de lado até a divulgação da ata do Fed.

Os analistas da Ajax Capital comentam que “na última reunião o Fed ajustou sua comunicação sobre a política monetária, com algumas mudanças na expectativa da alta de juros”.

Por aqui, as vendas no varejo, excluindo veículos e materiais de construção, registraram alta de 1,4% em maio na comparação com abril. O resultado ficou abaixo da estimativa da mediana do Termômetro CMA, +2,5%.  Os dados foram divulgados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a maio do ano passado, as vendas subiram 16%. Para os analistas da XP Investimentos, as vendas varejistas “vem mostrando recuperação nos últimos meses após tombo visto em março, com o aumento da mobilidade, a nova rodada de pagamento de auxílio emergencial e retomada de confiança do consumidor”, afirmam.

Os analistas da Toro Investimentos comentam que o resultado positivo nas vendas do varejo “justificam a alta [nas ações] do MagaLu [Magazine Luiza], um dos maiores ganhos dos índices”.

O cenário político segue no radar dos investidores. Na véspera, as tensões políticas fortemente no Ibovespa, que fechou em queda de 1,43% e chegou a toca os 124 mil pontos.

Os trabalhos seguem hoje na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia. O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, está prestando depoimento. Ele foi exonerado do cargo após as denúncias sobre irregularidades na aquisição da Covaxin com a Precisa Medicamentos.

O dólar comercial firmou alta frente ao real, após exibir forte volatilidade no início dos negócios, renovando máximas sucessivas a R$ 5,27 – no maior valor intraday desde 26 de maio – ainda na esteira da cautela local com o cenário político. Lá fora, a moeda norte-americana ganha terreno ante os pares e as divisas de países emergentes com investidores à espera da ata da última reunião de política monetária do Fed.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,20%, cotado a R$ 5,2720 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava avanço de 1,42%, cotado a R$ 5,286.

“Essa alta ainda é reflexo é da cautela dos investidores domésticos com o cenário político e com as propostas da reforma tributária com a taxação de dividendos. Lá fora, o dólar passou a subir de forma mais consistente ante as principais moedas com o mercado à espera da ata do Fed”, comenta o diretor de uma corretora nacional.

O estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, destaca que a “grande questão” do mercado em relação ao banco central norte-americano é qual será o ritmo de desaceleração do programa de estímulos que a autoridade monetária vem aplicando na economia do país desde o início da pandemia de covid-19. Ele acrescenta que o Fed vem comprando US$ 120,0 bilhões em títulos públicos todos os meses, além de “mandar” a taxa de juros para, na prática, zero.

“Tudo isso foi para estimular a economia e impedir uma quebradeira generalizada. Agora que a vacinação avança nos Estados Unidos e que a economia retornou a um estado próximo ao da normalidade, a questão é quando o Fed vai parar com as compras de títulos e quando vai começar a subir os juros”, diz.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em leve queda em um dia no qual a discreta melhora do ambiente externo alivia a pressão da tensão política que nos últimos dias prejudicou o desempenho da maioria dos ativos locais. Os movimentos, entretanto, ocorrem dentro de uma faixa relativamente estreita diante das persistentes incertezas locais e da expectativa com a ata da mais recente reunião do Fomc, o comitê de política monetária do Fed.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,775%, de 5,77% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,26%, de 7,26%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,31%, de 8,33% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,75%, de 8,75%, na mesma comparação.