MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – Após chegar a operar em queda por alguns instantes, o Ibovespa voltou a mostrar leve alta e tem volatilidade em função do cenário externo. Investidores estão mais céticos quanto a um acordo comercial entre China e Estados Unidos depois que os norte-americanos colocaram empresas chinesas em uma lista negra para exportações, além de existirem informações de que estudam limitar investimentos na economia chinesa.

No entanto, algumas ações se recuperam da queda de ontem e ajudam a segurar o Ibovespa, como as de bancos e da Eletrobras.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,11% aos 100,458,92 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava ligeiro recuo de 0,07% aos 100.530 pontos.

“Não estou muito otimista, medidas estão sendo adotadas na iminência da retomada das conversas entre China e Estados Unidos, parece que eles não querem fechar um acordo. Mas o Ibovespa até que está indo melhor hoje, outros mercados, como os de juros e câmbio, estão mais tranquilos”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

A poucos dias da retomada das negociações comerciais, marcadas para a próxima quinta-feira, os Estados Unidos sancionaram empresas chinesas citando seu papel na repressão de Pequim às minorias muçulmanas no noroeste da China. Adicionalmente, alguns veículos de imprensa afirmam que a Casa Branca continua estudando maneiras de limitar investimentos na China, como dos fundos de pensão do país. Com isso, as bolsas norte-americanas têm fortes quedas.

Diante deste cenário, o Ibovespa pode apresentar volatilidade, mas tem mostrando um desempenho melhor até o momento, com alguns papéis se recuperando de fortes quedas ontem, quando o atraso da votação do segundo turno da reforma da Previdência e rumores sobre a saída do governo do ministro da Economia, Paulo Guedes, pesaram.

Entre esses papéis, estão dos da Eletrobras, que mostram as maiores altas do Ibovespa depois de terem sido as maiores quedas ontem, quando refletiram notícia de que o governo teria desistido de uma injeção de capital na companhia. Também entre as maiores valorizações estão as ações da BRF e do Bradesco, que anunciou ontem o pagamento de dividendos. Outros papéis de bancos também avançam, como os do Itaú Unibanco.

O dólar comercial segue em baixa frente ao real em viés de correção após a forte alta ontem no mercado doméstico, calibrando as notícias do mercado externo com investidores cautelosos em meio notícias a respeito da guerra comercial entre Estados Unidos e China às vésperas da tão aguardada reunião entre os países.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,50%, sendo negociado a R$ 4,0840 para venda. No mercado futuro, o contrato futuro da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava recuo de 0,59%, cotado a R$ 4,089.

“O giro financeiro está bem baixo em compasso de espera pela reunião entre Estados Unidos e China na quinta-feira. Tem várias notícias surgindo a respeito da relação entre os países, o que ajudam a subir o tom de cautela no exterior, principalmente”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

Gomes ressalta o viés de correção da moeda no mercado doméstico depois de uma alta um pouco vazia” ontem, quando encerrou com mais de 1% de alta, a R$ 4,1046, em meios aos rumores de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, poderia deixar o governo em fevereiro.

As taxas dos contratos futuros de juros seguem acompanhando o viés negativo do dólar, mas mantêm oscilações estreitas, com os investidores atentos ao noticiário em torno da guerra comercial, às vésperas do encontro entre Estado Unidos e China em Washington.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,989%, de 5,008% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,83%, de 4,88%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,98%, de 6,02% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,62%, de 6,64%, na mesma comparação.