MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa segue acelerando perdas e cai mais de 1% refletindo as fortes quedas de ações de bancos, com destaque para os papéis do Bradesco e do Santander, que divulgaram seus resultados trimestrais recentemente. Além da queda de ações de bancos, que refletem balanços e mostram realizações de lucros, o cenário externo também está mais negativo hoje, depois que a China mostrou que segue com dúvidas sobre um acordo comercial com os Estados Unidos.

Por volta da s13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,549% aos 106.683,11 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava recuo de 1,60% aos 107.255 pontos.

“O Bradesco e o Santander têm um impacto bem negativo, a Vale também puxa a queda. Acredito que há um pouco de realização de lucros depois de três semanas seguidas de alta”, disse o analista da Toro Investimentos, Felipe Fernandes. “No caso do Bradesco, o balanço ainda está sendo destrinchado e parece que há alguns pontos negativos, como o aumento da provisão de devedores, que podia causar impacto negativo no futuro, mostrar aumento de inadimplência”, completou.

Os papéis do Bradesco aceleraram perdas e estão entre as maiores quedas dos índices, apesar de ter reportado hoje um lucro líquido recorrente de R$ 6,542 bilhões, alta de 19,6% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. O Santander também está entre as maiores perdas depois do balanço divulgado ontem, que foi considerado positivo em geral, mas levou investidores a embolsarem lucros.

Ainda entre as maiores perdas são os papéis da Gol, que também reflete os resultados trimestrais. Já as ações da Vale caem acompanhando preocupações com a China e a notícia de que a mineradora acionou hoje o protocolo de emergência em Nível 1 da barragem Forquilha IV, localizada na Mina Fábrica, em Ouro Preto (MG).

Já no exterior, as bolsas norte-americanas também recuam depois de notícia de que a China teria dúvidas sobre a primeira fase do acordo comercial com os Estados Unidos, embora o presidente norte-americano Donald Trump tenha dito há pouco que os dois países vão buscar um novo local para assinar o acordo comercial em breve. O acordo seria anunciado no Chile em meados de novembro, mas o país desistiu de sediar o encontro

Indicadores chineses do setor de serviços e industrial ainda mostraram fraqueza hoje.

O dólar comercial acelerou os ganhos frente ao real e opera acima de R$ 4,00, acompanhando o exterior mais negativo para as moedas de países emergentes que digerem dados mais fracos na China, enquanto no mercado local, operadores “acirram a briga” antes da formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central – de fim de mês.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,07%, sendo negociado a R$ 4,0300 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava avanço de 0,40%, cotado a R$ 4,004.

“O mercado externo está pesando bastante hoje. Nem muito em reação ao Fed, mas digerindo os dados da China que não foram bons. Além disso, ontem deu um ‘rally’ considerável para as moedas de países emergentes após a decisão do banco central dos Estados Unidos, que hoje se corrige”, diz o estrategista-chefe da BCG Corretora, Juliano Ferreira.

Na China, o índice do gerente de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial caiu a 49,3 pontos em outubro, ante leitura de 49,8 pontos no mês passado. Já o PMI do setor de serviços caiu a 52,8 pontos ante os 53,7 pontos registrados em setembro, exibindo a desaceleração dos indicadores.

O operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, avalia que os asiáticos viram a atividade industrial encolher pelo sexto mês seguido, enquanto a menor expansão no setor de serviços, investimentos mais fracos e o crescimento econômico desacelerou para a mínima em quase 30 anos no terceiro trimestre. “Com isso, aumentam as expectativas de que o governo chinês adote medidas de suporte em breve”, diz.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) sobem ao longo de toda a estrutura a termo, com os investidores ajustando as apostas em relação ao rumo da Selic, em reação ao comunicado que acompanhou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ontem de cortar o juro básico para 5%. A mudança de sinal do dólar, para o positivo, também pressiona os DIs, principalmente o trecho mais longo. 

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,757%, de 4,728% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,48%, de 4,35% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,41%, de 5,33%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,01%, de 6,02%, na mesma comparação.