Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – Após oscilar entre os campos negativo e positivo perto da abertura, o Ibovespa firmou-se no campo positivo mostrando uma correção puxada por ações como as de varejistas em meio a melhores dados da economia doméstica. No entanto, o cenário externo ainda segue mais cauteloso com indefinições sobre um acordo comercial entre China e Estados Unidos e dados mais fracos da China, além de o fato de ser véspera de feriado no Brasil também poder limitar uma aceleração da alta do índice.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,30% aos 106.381,58 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 6,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,18% aos 106.800 pontos.
“As últimas sessões foram mais negativas, e estamos vendo uma correção. O dia também é um pouco mais positivo para commodities e tivermos um IBC-Br positivo”, disse o analista da Necton Corretora, Glauco Legat. O Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central registrou em alta de 0,44% em setembro em relação a agosto, atingindo 139,32 pontos, maior nível do ano. A alta é maior que a esperada, de +0,33%, conforme mediana calculada pelo Termômetro CMA.
Ontem, dados do varejo também tinham mostrado alta, o que ajuda, junto ainda com balanços trimestrais, a impulsionar ações de varejistas, com os papéis do Magazine Luiza, das Lojas Renner e da BR Malls, que estão entre as maiores altas do índice. Ainda entre as maiores altas estão os papéis da Azul.
Já no cenário externo, as bolsas norte-americanas estão “de lado” após dados mais fracos de vendas no varejo e produção industrial na China, além de dúvidas sobre quando poderá ser assinada a primeira fase do acordo entre as duas potências mundiais.
O dólar comercial oscila sem rumo único frente ao real calibrando a cautela na véspera do feriado doméstico, atenção aos desdobramentos das tratativas comerciais entre Estados Unidos e China, os dados da economia chinesa, além de investidores monitorarem a situação política no Chile e as moedas da América Latina.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira alta de 0,02%, sendo negociado a R$ 4,1920 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,45%, cotado a R$ 4,193.
“As perspectivas de riscos mais elevados na América Latina tem levado o investidor para proteção. A cautela antes do feriado deixa o mercado mais na defensiva”, comenta a analista da Toro Investimentos, Luana Nunes.
Já o contrato para dezembro sobe em correção após fechar praticamente estável ontem, acima do nível de R$ 4,17. Após operar acima de R$ 4,19, a notícia de que o banco central do Chile faria hoje operações de swap cambial para conter a forte desvalorização do peso chileno, o mercado local reagiu imediatamente renovou mínimas sucessivas, enquanto o dólar à vista fechou na segunda maior cotação da história, a R$ 4,1910.
O mercado global segue atento ao novo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e nos desdobramentos das negociações entre Estados Unidos e China, “ora mais positivas, ora mais negativas”, comentam os analistas do Bradesco.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em queda, monitorando o comportamento do dólar, que não exibe uma direção firme, influenciado pelo exterior. A cautela com o feriado nacional, amanhã, inibe uma movimentação mais acentuada dos negócios locais.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,727%, de 4,733% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 4,63%, de 4,62%; o DI para janeiro de 2023 estava em 5,72%, de 5,73% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,30%, de 6,34%, na mesma comparação.