Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – Após operar em leve queda perto da abertura, o Ibovespa passou a subir refletindo declarações mais otimistas do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre um acordo comercial com a China. Afirmações do presidente chinês, Xi Jinping, também já animavam os mercados acionários no exterior.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,33% aos 107.853,16 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 6,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,21% aos 108.215 pontos.
“Saiu uma notícia afirmando que Trump disse que estão mais perto de um acordo e isso ajudou a melhorar os mercados. Mas o Ibovespa já estava com cara de que ia melhorar ao longo do dia, a tendência segue de alta”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.
Em entrevista ao canal norte-americano “Fox”, Trump afirmou que os dois países estão potencialmente perto de um acordo e que Xi não quis arriscar um acordo comercial por Hong Kong. O congresso norte-americano aprovou leis que apoiam as manifestantes, o que poderia desagradar o governo chinês. Já Xi disse, em um fórum econômico em Pequim, que seu país quer “trabalhar em um acordo” com os Estados Unidos para resolver a guerra comercial, o que faz as principais Bolsas operarem em alta hoje.
Na cena doméstica, a agenda segue esvaziada, o que mantém o foco no exterior, porém, ontem, chamaram a atenção dos investidores uma série de relatórios positivos de bancos recomendando o mercado brasileiro de ações em 2020, como o UBS, BTG Pactual, JPMorgan, entre outros.
Entre as ações, as maiores altas do Ibovespa são das ações da Braskem, que reagem positivamente à mudança de comando, já que a companhia anunciou que o atual presidente do conselho de administração, Roberto Simões, vai substituir Fernando Musa como diretor presidente a partir de janeiro de 2020.
Ainda entre as maiores altas estão as ações da Vale, que refletem a alta do preço do minério de ferro, e as da CVC, que concluiu a aquisição da Santa Fe Invesment, holding do grupo Almundo, por meio da Submarino Viagens, pelo valor de US$ 74,775 milhões.
Após oscilar na abertura dos negócios, o dólar comercial firma queda frente ao real na esteira de novas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tratativas comerciais com a China com tom mais positivo.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,19%, sendo negociado a R$ 4,1860 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2019 apresentava recuo de 0,22%, cotado a R$ 4,187.
Há pouco, Trump afirmou que os países estão “potencialmente” perto de concluir a primeira fase do acordo comercial, a chamada “fase 1”. Em entrevista ao programa Fox and Friends, “as chances de conclusão de um acordo são muito grandes”.
Segundo o economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon, as declarações do presidente norte-americano melhoraram o humor do mercado. Porém, ele adiciona que “as conversas” locais a respeito de um fim do ciclo de afrouxamento monetário coloca um “certo alívio” na pressão altista do dólar.
“Olhando para frente, a curva de juros tendia a se fechar. Quando começa a mudar esse call, muda um pouco o tom da aposta futuras dos investidores”, comenta. Nesta semana, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou que uma intervenção na alta do câmbio poderia ser possível a partir da política monetária.
“Só é preciso lembrar que usar os juros como ferramenta para conter o avanço do câmbio não é algo que tem efeito rápido. Mudanças no patamar da taxa de juros levam de seis meses a um ano para surtir efeitos”, salienta.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em queda, acompanhando o sinal negativo do dólar, que é cotado abaixo de R$ 4,20. Os investidores aproveitam o ambiente mais favorável, aqui e no exterior, para devolver parte dos prêmios embutidos ontem, após a prévia do índice de preços ao consumidor (IPCA-15) neste mês reforçar o cenário benigno da inflação.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,687% ante 4,703% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 4,65%, na mínima do dia, de 4,73%; o DI para janeiro de 2023 estava em 5,86%, de 5,93% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,42%, de 6,50%, na mesma comparação.