MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa acelerou ganhos e renovou a máxima histórica batida ontem (111.072,80 pontos) refletindo dados mais fortes do que o esperado do mercado de trabalho norte-americano, conhecidos como payroll. O índice já tinha aberto em alta com investidores também um pouco mais esperançosos em relação a um acordo comercial entre China e Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,34% aos 111.009,38 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,48% aos 111.275 pontos.

“O mercado estava achando que o payroll poderia vir fraco por conta dos dados de criação de vagas do setor privado, que vieram abaixo do esperado esta semana, mas os números foram fantásticos. O payroll bombou e ajuda a afastar percepções de uma desaceleração mais forte da economia norte-americana”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

Foram criadas 266 mil vagas em novembro, sendo que o mercado previa a criação de 183,5 mil vagas. A criação de postos do trabalho em outubro também foi revisada para cima, de 128 mil para 156 mil.

Antes do payroll, os principais mercados acionários já avançavam depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que as negociações com a China estão indo bem e que não havia discutido ainda sobre a implementação de uma nova rodada de tarifas sobre importados de Pequim, que deve entrar em vigor no próximo dia 15.

Para o economista, depois de três dias seguidos de renovação de máximas históricas do Ibovespa, pode ocorrer uma realização de lucros em algum momento, mas a tendência segue de alta.

Entre as maiores valorizações do índice, estão as ações da TIM, depois que o presidente da companhia, Pietro Labriola, afirmou que operadora pode ficar com a maior fatia do serviço móvel da Oi no eventual processo de vendo do ativo. Em seguida, aparecem as ações da Azul e da Yduqs.

Volátil, o dólar comercial oscila em queda, no nível de R$ 4,18, após a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, com números acima do esperado em novembro. No momento da divulgação dos dados, a moeda renovou máximas acima de R$ 4,19, mas o fluxo local inibe o movimento de alta do dólar.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,31%, sendo negociado a R$ 4,1760 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2020 apresentava recuo de 0,26%, cotado a R$ 4,179.

“Por mais que o indicador tenha vindo forte, mercado está com fluxo bastante vendedor, o volume de negócios está bom hoje. A percepção é de que no médio prazo a moeda dê sinais de recuo”, comenta o analista da Correparti, Ricardo Gomes Filho. Segundo o payroll, foram criadas 266 mil vagas no mês passado, ante expectativa de 183,5 mil postos.

A economista da Capital Markets, Camila Abdelmalack, avalia que os dados reforçam o cenário ainda aquecido da economia norte-americana e a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deverá manter a política monetária do país inalterada, na faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano, por um tempo.

“O indicador surpreendeu com dados mais fortes após o susto com os números divulgados na quarta-feira pela ADP [67 mil vagas ante expectativa de 150 mil], abaixo do esperado. O payroll confirma a expectativa de uma reação da economia norte-americana. Logo, o Fed deve pausar o corte de juros e monitorar a economia por um tempo. Alterações na taxa de juros devem ocorrer no médio prazo”, comenta.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) aceleraram o ritmo de queda, em meio ao recuo do dólar, após os números melhores que o esperado sobre o emprego nos Estados Unidos (payroll). A curva a termo também reage ao resultado ligeiramente acima do esperado da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA), com os investidores ajustando as expectativas em relação ao rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,536%, de 4,578% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,64%, de 4,70%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,78%, de 5,85% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,38%, de 6,44%, na mesma comparação.