MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa recupera parte das perdas de ontem com investidores menos preocupados com uma disseminação do coronavírus a partir da China e com balanços corporativos positivos nos Estados Unidos. As ações de siderúrgicas também ajudam a impulsionar o índice em meio a notícias de novos aumentos dos preços do aço.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,63% aos 117.774,24 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 8,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava avanço de 0,72% aos 118.070 pontos.

“Ontem, algumas empresas já afirmaram que estão trabalhando em vacinas para o coronavírus, há essa possibilidade. Além disso, o mercado sempre exagera um pouco na reação negativa, é difícil avaliar o impacto disso agora”, disse o sócio da RJI Gestão e Investimentos, Rafael Weber.

Ontem, o Ibovespa caiu 1,54% refletindo o aumento de casos do vírus, com a confirmação do primeiro caso nos Estados Unidos. Segundo as autoridades chinesas, o número de casos confirmados do coronavírus agora ultrapassa os 400 e o número de mortos subiu para nove no país.

Para Weber, a temporada de balanços nos Estados Unidos também ajuda em uma recuperação, com balanços como os do Netflix, mostrando números mais fortes.

Entre as ações, as da Usiminas e da CSN estão entre as maiores altas do Ibovespa refletindo notícia de que as siderúrgicas devem realizar novo aumento do preço do aço para distribuidores em março. A Usiminas ainda teve recomendação positiva do Bradesco BBI, que a escolheu como favorita no setor no lugar da Gerdau.

Ainda entre as maiores altas, estão as ações da Eletrobras, depois que o Itaú BBA passou a cobrir a empresa, com recomendação de “outperform” (equivalente à venda).

Já as maiores perdas são das ações de frigoríficos, Marfrig, da JBS e da BRF, que reagem a uma notícia de que China deseja renegociar preços de compras de carnes, o que poderia reduzir margens das empresas.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e renovou mínimas abaixo de R$ 4,19 reagindo aos números melhores da pesquisa de avaliação do governo de Jair Bolsonaro divulgada a pouco pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pela MDA. O índice de aprovação do atual governo subiu de 29,4% para 34,5%.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,49%, sendo negociado a R$ 4,1870 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava recuo de 0,64%, cotado a R$ 4,188.

“A recuperação dos números em relação à pesquisa anterior [em agosto] refletiu em um otimismo pontual, com o dólar acelerando a queda”, comenta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

O índice leva em consideração os que avaliam o governo de Bolsonaro como ótimo ou bom. A taxa de reprovação, que soma as opiniões dos que consideram o atual governo ruim ou péssimo, caiu de 39,5% em agosto do ano passado para 31%.

Já a taxa de aprovação pessoal do presidente subiu de 41,0% para 47,8%, enquanto a taxa de desaprovação diminuiu de 53,7% para 47%. Os que não souberam avaliar ou não quiseram se manifestar sobre o assunto somaram 5,2%, de 5,3% na edição anterior da pesquisa, em agosto. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre 15 e 18 de janeiro em 137 municípios de 25 estados brasileiros.

Apesar da melhora do desempenho do real após a divulgação da pesquisa, a moeda estrangeira cai desde a abertura dos negócios em meio ao alívio no exterior com a redução dos temores em volta do coronavírus, que se alastra pela China e já matou nove pessoas no país e contaminou mais de 400. “Na ausência de notícias ruins, o dólar vê espaço para essa recuperação”, diz a economista.

Mais cedo, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que não se preocupa com uma pandemia em relação ao vírus e afirmou que o único caso confirmado nos Estados Unidos “está sob controle”, o que ajudou a atenuar os temores dos mercados, ressalta Camila.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em queda, com o movimento de retirada de prêmios ganhando força após a aceleração das perdas no dólar, na esteira da pesquisa sobre a avaliação do governo Bolsonaro. Os investidores continuam monitorando o cenário externo e ajustando as expectativas sobre o rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,345%, de 4,390% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 projetava taxa de 4,96%, de 5,01% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 5,56%, de 5,60%; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,32%, de 6,34%, na mesma comparação.