MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue acelerando ganhos na esteira da alta de Bolsas norte-americanas, que também passaram a subir mais de 2%, com foco ainda nas eleições presidenciais no país, e testa o patamar de 100 mil pontos novamente. Apesar da disputa ainda estar indefinida, investidores começam a aprovar o cenário de uma possível vitória do candidato democrata Joe Biden, e com um congresso dividido, que possa levar à aprovação de um pacote de estímulos econômicos, mas impedir medidas como aumento de impostos, por exemplo.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,28%, aos 100.105,16 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 1,86%, aos 100.240 pontos.

“Investidores no mundo parecem ter adotado Biden e mostram boa recuperação. Nessa ‘onda azul, surfam as empresas de tecnologia sempre atacadas por Trump [Donald, presidente norte-americano] e a Bovespa que pode tentar buscar novamente o patamar de 100 mil pontos do índice”, já havia dito o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, nesta manhã.

Para os analistas da Commcor Corretora, a leitura para o bom humor aparenta derivar de “uma iminente combinação de presidência democrata e Senado de maioria republicana, o que tende – no papel – a trazer algum equilíbrio entre os extremos”, afirmam em relatório. A tendência é que os republicanos mantenham a maioria no Senado, enquanto os democratas devem manter a maioria na Câmara dos Deputados.

Já a disputa presidencial se concentra, agora, em quatro estados: Nevada, Pensilvânia, Carolina do Norte e Georgia. Basta uma vitória em Nevada, por exemplo, para que Biden leve à presidência, enquanto Trump teria que manter a Pensilvânia, Carolina do Norte e Georgia, além de contar com uma virada em Nevada, para obter os 270 delegados necessários. No entanto, os estados mostram uma disputa acirrada até o último momento.

Ainda há potencial de judicialização, já que Trump já pediu recontagem de votos em Wisconsin e ameaça batalhas judiciais nos demais estados ainda indefinidos.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real, renovando mínimas sucessivas a R$ 5,54 – no menor valor intraday desde 14 de outubro – acompanhando o exterior em dia positivo para as moedas de países emergentes que precificam uma possível vitória do candidato democrata, Joe Biden, à presidência dos Estados Unidos. A apuração dos votos ainda não terminou, mas o democrata tem leve vantagem em relação ao presidente Donald Trump.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,78%, sendo negociado a R$ 5,5560 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 1,71%, cotado a R$ 5,559.

Para a economista-chefe do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, a percepção do mercado é de que com a possibilidade de vitória de Biden, o cenário será melhor a médio prazo para os mercados emergentes já que ele tende a ser mais aberto à negociações com a China. “O que pode aliviar a guerra comercial entre os países e, consequentemente, a taxa de câmbio”, diz.

Já o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, reforça que a possibilidade de Trump judicializar as regras de voto pelo correio ou pedir recontagem de votos em algumas regiões do país já está assimilado no mercado financeiro. Consorte, porém, chama a atenção para a volatilidade dos ativos caso o atual presidente oficialize uma disputa judicial.

Ainda sobre as eleições dos Estados Unidos, Galdi acrescenta que a expectativa é que o Senado siga liderado pelos republicanos, enquanto a Câmara siga com os democratas. “De qualquer forma, cresce a expectativa pela aprovação de um novo programa de estímulo fiscal”, diz.

Mais tarde, tem a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), seguido do discurso do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell. O profissional da Mirae destaca que o Fed deverá reiterar a necessidade de um novo programa de estímulo para recuperar a economia norte-americana que sofre com os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, mas o movimento de retirada de prêmios é limitado, considerando-se o recuo acelerado do dólar e alta firme da Bolsa brasileira, em meio ao renovado apetite por risco no exterior por causa do cenário eleitoral nos Estados Unidos. Os riscos fiscais no Brasil e o tradicional leilão de títulos públicos do dia inibem o movimento da curva a termo local.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,40%, de 3,46% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,99%, de 5,06% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,67%, de 6,76%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,46%, de 7,55%, na mesma comparação.