MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – A vitória do democrata Joe Biden nas eleições norte-americanas e uma série de notícias positivas sobre vacinas contra o coronavírus levam a um dia de disparada de Bolsas em todo o mundo, movimento acompanhado pelo Ibovespa. O índice segue em forte alta após ter chegado a subir mais de 4% perto da abertura do pregão, voltando a superar os 105 mil pontos, no maior nível intraday desde o dia 31 de julho (105.462,13 pontos).

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,57%, aos 103.519,37 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 26,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 2,60%, aos 103.665 pontos.

“Os mercados já estavam subindo super forte com a vitória de Biden, e com o Senado devendo se manter republicano, o que é visto como positivo, já que poderia evitar aprovação de medidas como aumento de impostos. E agora de manhã, a Pfizer afirmou que a sua vacina tem eficácia de 90%, o que fez os mercados subirem ainda mais”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

No início do fim de semana, Biden confirmou a vitória no estado da Pensilvânia, o que fez com que já atingisse os 270 delegados necessários para ganhar. Em discurso de vitória, o democrata passou uma mensagem de união e disse que governará para todos. O presidente Donald Trump, porém, não reconheceu a vitória até o momento e segue afirmando que há fraudes, embora não haja provas.

Há pouco, ainda foi divulgado que a vacina da Pfizer e da Biontech funcionam melhor do que o esperado, com mais de 90% de eficácia. A FDS, agência reguladora dos Estados Unidos, ainda aprovou a vacina da Novavax contra a covid-19 como as que serão analisadas de forma ágil pelo órgão. A Novavax começará a terceira e última fase de testes no final deste mês.

Além disso, a empresa de biotecnologia australiana CSL confirmou que começará a fabricar a vacina da Universidade de Oxford e da Astrazeneca, antes mesmo da conclusão dos testes finais.

O economista e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa, destaca que a vacina da Pfizer “é uma das vacinas mais promissora que estava na fase 3”. “Por ora, parece que a perspectiva da vacina e de controle da pandemia continuam superando os receios do impacto negativo do coronavírus no crescimento de curto-prazo”, disse.

Entre as ações, se destacam os papéis de setores que sofreram mais com as restrições impostas pela pandemia, como o de aviação, turismo e shoppings, além das ações ligadas a commodities. As maiores altas do Ibovespa são da Gol (GOLL4 15,72%), Azul (AZUL4 12,64%) e da CVC (CVCB3 12,08%).

O dólar comercial tem queda firme frente ao real, mas desacelerou os ganhos frente ao real renovando máximas acima de R$ 5,30, com a divisa estrangeira tentando recuperar valor no exterior, além de um movimento local de correção. Ainda assim, o mercado reage à eleição do democrata Joe Biden na corrida presidencial norte-americana.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,90%, sendo negociado a R$ 5,3390 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,53%, cotado a R$ 5,341.

“O dólar acabou ficando muito barato aqui e lá fora, a moeda tenta recuperar valor ante os pares e divisas de países emergentes”, comenta o diretor de uma corretora nacional. O analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, ressalta que definida a eleição norte-americana, as atenções agora ficam para a definição do peso dos partidos republicanos e democratas na Câmara dos Deputados e no Senado.

“Aparentemente, devem ter pesos iguais nas duas casas, mas a resposta só virá em janeiro”, diz acrescentando que são aguardadas contestações judiciais por parte do presidente Donald Trump, que tentou a reeleição.

Em meio ao forte otimismo global, a equipe econômica da XP Investimentos avalia que o novo governo certamente trará mudanças de curto prazo significativas para a economia dos Estados Unidos, refletindo também na política-econômica global. “Porém, a urgência da crise da covid-19 não dá margem para medidas muito arriscadas, devendo ser priorizados pacotes de estímulo à retomada da economia”, reforçam os analistas.

Além da expectativa com a nova direção da Casa Branca, investidores reagem às notícias sobre vacinas divulgadas ao longo da manhã. Testes de um medicamento das empresas Pfizer e BioNTech funcionaram melhor do que o esperado e provou ser mais de 90% eficaz em prevenir o novo coronavírus em participantes sem evidências de infecções anteriores pelo vírus.

“A vacina aceleraria a recuperação econômica global, o que daria uma solução mais ampla no cenário de pandemia”, comenta a analista da Toro Investimentos, Paloma Brum, sobre a reação positiva dos mercados.

Já a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos responsável por fiscalizar os tratamentos contra a covid-19 no país, aprovou a inclusão da vacina da Novavax entre as que serão analisadas de forma mais ágil pelo órgão. A Novavax começará terceira e última fase de testes de sua vacina nos Estados Unidos e no México no fim do mês. No momento, os testes estão sendo conduzidos apenas no Reino Unido.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm o ritmo acelerado de queda, acompanhando o otimismo generalizado dos mercados globais, na primeira reação à vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A queda do dólar para abaixo de R$ 5,30 favorece a retirada de prêmios da curva a termo, mas as expectativas em relação ao rumo da Selic inibem parte do movimento.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,27%, de 3,35% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,79%, de 4,90% após o ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,40%, de 6,53%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,14%, de 7,27%, na mesma comparação.