MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa acelerou ganhos impulsionado por papéis que reagem a balanços positivos, além de refletir a valorização dos papéis da Petrobras e de bancos, que passaram a subir mais em meio a alta dos preços do petróleo e comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre privatizações.

O índice também já subia na esteira do otimismo de ontem, já que investidores estão mais animados depois da vitória do democrata Joe Biden nas eleições norte-americanas e da notícia que a vacina da Pfizer contra o coronavírus teve 90% de eficácia em nova fase de testes.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,56%, aos 105.140,01 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 22,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 2,02%, aos 105.345 pontos.

“Investidores seguem animados com uma possível vacina e as eleições nos Estados Unidos. Os setores de bancos e alimentos também estão se destacando. A BRF teve um balanço bom, sugeriu que pode repassar custos de grãos”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

Entre as maiores altas do Ibovespa no momento estão as ações da BRF (BRFS3 4,91%), da Ultrapar (UGPA3 7,04%) e da Yduqs (YDUQ3 5,23%). A BRF e a Yduqs divulgaram balanços considerados positivos, enquanto a Ultrapar já divulgado dados trimestrais fortes na semana passada. Hoje, outra empresa do setor de combustíveis, a BR Distribuidora (BRDT3 4,16%) também divulgará seu balanço.

Ainda entre as maiores altas do índice estão as ações da Petrobras (PETR3 4,33%; PETR4 3,59%) e Eletrobras (ELET3 3,66%; ELET6 3,86%). Além dos preços do petróleo seguirem em alta desde ontem e ajudarem os papéis ligados à commodity, o ministro da Economia afirmou em evento que a fila das grandes privatizações do governo federal começará pelos Correios, seguido por Eletrobras, Companhia das Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o Porto de Santos, e a Pré-Sal Petróleo (PPSA), que administra o petróleo recebido pela União nos acordo de partilha de produção.

Guedes também deu nova data para que as privatizações ocorram, até o final do ano que vem, e disse que o Congresso receberá as propostas de venda em até 60 dias.

O dia ainda é de alta dos papéis de bancos, com destaque para os do Bradesco (BBDC4 3,44%). Na contramão, as maiores quedas do índice são da Embraer (EMBR3 -5,12%), que também divulgou seu balanço, da B2W (BTOW3 -4,31%) e da Totvs (TOTS3 -4,08%), com empresas de tecnologia sofrendo correções em detrimento de outros setores.

O dólar comercial opera com forte volatilidade na primeira parte dos negócios e voltou a cair frente ao real, renovando mínimas abaixo de R$ 5,35, em cenário de instabilidade local já que moedas de países emergentes seguem desvalorizadas ante a divisa norte-americana.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,38%, sendo negociado a R$ 5,3650 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,41%, cotado a R$ 5,368.

“Basicamente, está acompanhando o exterior, em sincronia com o mercado de moedas lá fora. Mas sempre com um viés maior de proteção aqui em função dos nossos problemas fiscais”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

O profissional da corretora acrescenta que há um viés de cautela também por conta das declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ontem à noite, no qual alertou que “sem as reformas, o Brasil explode”.

O analista político da Levante, Felipe Berenguer, diz que a postura do presidente da Câmara deve “ser lida nas entrelinhas”, apesar de as declarações não terem impacto em primeiro plano nos mercados.

“Desde meados de outubro, Maia vem adotando postura mais crítica em relação ao governo e a base aliada, uma vez que as partes não têm acordo sobre quem apoiar nas eleições legislativas de fevereiro de 2021”, diz. Ele acrescenta que o pleito definirá o próximo presidente da Câmara e do Senado até o fim do atual mandato do presidente Jair Bolsonaro.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com um viés positivo, com o movimento de colocação de prêmios ganhando força ao longo da curva a termo, em meio às incertezas sobre a questão fiscal. O fôlego encurtado das bolsas para ampliar o rali recente e a alta ensaiada pelo dólar também pressiona os negócios locais.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,27%, de 3,29% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,79%, de 4,81% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,46%, de 6,42%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,22%, de 7,16%, na mesma comparação.