MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após chegar a ensaiar uma queda perto da abertura negativa das Bolsas norte-americanas, o Ibovespa voltou a subir sustentado por ações de peso para o índice, como as de bancos, e buscando recuperar as perdas de ontem. No entanto, o índice apresenta volatilidade, já que o dia é de cautela no cenário externo diante do aumento de medidas de restrição social em função do avanço da segunda onda de coronavírus.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,04%, aos 106.067,65 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,33%, aos 106.225 pontos.

No Brasil, chama a atenção o alerta dado pela agência de classificação de risco Fitch Ratings sobre uma severa deterioração do quadro fiscal do País.

Para o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, “o Ibovespa deve mostrar grande volatilidade ao longo do pregão de hoje”, já que “o mercado financeiro global segue intercalando dias de otimismo com o avanço da vacina e pessimismo com o avanço do covid-19 no mundo”.

Investidores monitoram o crescimento de medidas restritivas como a anunciada ontem pela cidade de Nova York, que suspendeu aulas em escolas públicas. Além dos Estados Unidos e países europeus, o Japão também mostrou aumento de casos de coronavírus.

Por outro lado, as notícias positivas sobre vacinas continuam. Após as vacinas produzidas pela Pfizer e pela Moderna mostrarem eficácia próxima de 95%, um estudo mostrou que a vacina que está sendo desenvolvida pela AstraZeneca com a Oxford apresentou resposta imune em idosos de maneira segura, uma das maiores preocupações em torno do tema.

Já na cena doméstica, o analista cita que ontem a Fitch Ratings manteve a nota do Brasil em BB-, com perspectiva negativa, alegando “severa deterioração do déficit e a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal, inclusive de cumprir o teto de gastos”, sendo que a questão fiscal já vem sendo uma preocupação para o mercado.

Entre as ações, as chamadas “blue chips”, como bancos, Petrobras e Vale operam em alta hoje e sustentam o Ibovespa. Analistas têm citado que investidores estrangeiros estão aos poucos voltando a comprar ativos brasileiros, o que é sentido principalmente por meio dessas ações.

Já as maiores altas do índice são das ações da Petro Rio, Cosan e Taesa. As ações da PetroRio dispararam depois que a empresa fechou um acordo com a britânica BP para a aquisição de participações em dois campos de petróleo por US$ 100 milhões.

O dólar comercial exibe forte oscilação frente ao real e opera sem direção única com o contrato à vista ficando com sinais positivo e negativo em meio ao temor global com o avanço da covid-19 nos Estados Unidos, no qual leva cidades como Nova York a adotar medidas de isolamento social na tentativa de frear a disseminação do vírus.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,61%, sendo negociado a R$ 5,3030 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 1,13%, cotado a R$ 5,304.

“Hoje, o sentimento é de aversão ao risco com o crescimento de casos do novo coronavírus na Europa e nos Estados Unidos, o leva a divisa norte-americana a trabalhar fortalecida. Enquanto aqui, acompanhamos o movimento montanha-russa diante a volatilidade e tamanha amplitude”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Ontem à tarde, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou o fechamento das escolas na cidade a partir de hoje após a taxa de testes positivos para a covid-19 atingir o limite de 3%, uma das regras estabelecidas pelo município para o fechamento das instituições públicas de ensino. O que elevou o temor dos mercados na reta final do pregão.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, acrescenta que o maior pessimismo global com a recuperação econômica diante de uma segunda onda de contaminação e a demora doméstica em avançar em questões fiscais relevantes precificam os ativos hoje.

A alta das taxas dos contratos de juros futuros (DIs) perdeu força, após a frustração com o leilão de títulos públicos, com o Tesouro realizando uma oferta bem menor e concentrada em papéis mais curtos. A operação não contemplou a demanda por vencimentos mais longos, mas o mercado hesita em devolver os prêmios embutidos na curva a termo, principalmente no trecho longo, com os investidores colocando em xeque a estratégia da autarquia, diante da necessidade de financiamento da dívida pública.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,28%, de 3,28% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,95%, de 4,95% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,78%, de 6,79%, na mesma comparação; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,60%, de 7,59% do ajuste anterior.