MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Eduardo Puccioni e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa voltou a acelerar ganhos impulsionado por fortes altas das ações de bancos e da Vale, em meio à divulgação de dados trimestrais positivos e de um dia de alívio no cenário externo, com bolsas norte-americanas também passando a subir mais.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,44% aos 115.322,34 pontos. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava avanço de 2,04% aos 115.350 pontos.

“O dia está sendo bastante positivo para o setor financeiro, com destaque para o Itaú, que divulgou um balanço dentro do consenso, mas com alguns dados melhores, como a receita de serviços”, disse o analista da Necton Corretora, Glauco Legat. “No exterior, ainda acompanhamos os contornos do coronavírus, mas no curto prazo, os estímulos que estão sendo feitos pelo governo chinês têm ajudado”, completou.

Os papéis do Itaú Unibanco aceleraram ganhos depois da divulgação do seu balanço, que veio positivo como o esperado pelo mercado. O lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco cresceu 12,6% no quarto trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 7,296 bilhões. Na esteira do Itaú e ainda refletindo a notícia de que Banco Votorantim (sua joint venture com a Votorantim Finanças) irá abrir capital, os papéis do Banco do Brasil também têm forte alta.

Alguns papéis que tiveram fortes perdas ontem em meio a receio de impacto do coronavírus na economia chinesa e em exportações para o país, ainda mostram recuperação hoje, caso da Vale. A Vale também divulgou hoje o seu relatório de produção, com queda de 22,4% na produção de minério de ferro no quarto trimestre de 2019 frente ao mesmo período do ano anterior.

Já as maiores altas do Ibovespa no momento são de ações da Cosan e da Ultrapar, após o Credit Suisse elevar o preço-alvo das ações da Cosan e em meio a expectativas que o setor venha com fortes resultados trimestrais.

O dólar comercial passou a operar perto da estabilidade, mas com ligeiro viés de queda, na sessão de hoje. Os investidores ainda demonstram preocupação com o surto de coronavírus e os impactos que isso pode causar na economia global, principalmente nos países emergentes, como é o caso do Brasil.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0,04%, sendo negociado a R$ 4,3210 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2020 apresentava recuo de 0,10%, cotado a R$ 4,324.

“O coronavírus continua criando preocupação no mundo, mas principalmente para os países emergentes que possuem grande fluxo comercial com a China. Os casos da doença continuam aumentando, sendo que nos dados divulgados hoje foi apontado 43.138 pessoas contaminadas e 1.018 óbitos”, explicou, em relatório, Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora.

Além dos fatores externo, aqui no Brasil foi divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que mexeu com o mercado de câmbio. Para o economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, o documento reafirma o comunicado – divulgado na decisão – impondo que terminou o ciclo de afrouxamento monetário. “E o Banco Central está de olho em 2021, não mais em 2020”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em queda, acompanhando a melhora dos negócios locais com ações e moeda, diante do cenário externo favorável aos ativos de risco, e também reagindo à ata da reunião deste mês do Copom.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,235%, de 4,265% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,85%, de 4,93% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,43%, de 5,52%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,06%, de 6,15% na mesma comparação.