São Paulo – Assim como ocorreu no pregão de ontem, hoje o Ibovespa voltou a operar nos patamares pré-pandemia. Nem mesmo os dados bem abaixo do esperado sobre a criação de empregos nos Estados Unidos foi capaz tirar o ânimo dos investidores que aguardam otimistas por um acordo para a aprovação do pacote de estímulos norte-americanos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,97%, aos 113.382,31 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,90%, aos 113.440 pontos.
Nos Estados Unidos, as conversas sobre um novo pacote de estímulos foram destravadas nesta semana, após meses de impasse. O governo e a oposição democrata negociam com base em uma proposta bipartidária de US$ 908 bilhões apresentada por um grupo de deputados e senadores. Dessa vez, as chances de aprovação são elevadas dado o reconhecido dos dois lados da necessidade de apoio fiscal urgente.
Sobre os dados de emprego, a economia norte-americana criou 245 mil postos de trabalho em novembro e a taxa de desemprego caiu para 6,7%, de 6,9% em outubro. O número de vagas criadas ficou abaixo da projeção dos analistas, que esperavam abertura de 500 mil vagas. A taxa de desemprego veio abaixo da previsão, de 6,9%.
Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho do país e as estimativas foram levantadas com analistas pela Agência CMA. O Departamento do Trabalho informou também que em outubro foram criados 610 mil postos de trabalho, menos que as 638 mil vagas divulgadas na leitura preliminar.
Após oscilar sem direção única na abertura dos negócios, o dólar comercial exibe alta firme frente ao real, apesar da volatilidade, em dia de correção local após a forte queda ao longo da semana, enquanto lá fora, a moeda norte-americana perde força para a maioria das divisas pares após o resultado mais fraco do relatório de empregos norte-americano, o payroll.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,66%, sendo negociado a R$ 5,1730 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava avanço de 0,36%, cotado a R$ 5,172.
O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, ressalta o movimento de forte volatilidade ao longo da primeira parte dos negócios, com a moeda renovando máximas sucessivas a R$ 5,18. “O dólar subiu por ter ficado barato, o que atraiu importadores, compras corporativas e as tesourarias de bancos”, comenta.
Ele diz que nem mesmo um payroll “decepcionante” interferiu na tendência de alta da moeda. Em novembro, foram criadas 245 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos, ante expectativa de 500 mil novas vagas. Já a taxa de desemprego passou de 6,9% em outubro para 6,7% no mês passado.
“Os dados de novembro sugerem impactos da segunda onda de covid-19 sobre o mercado de trabalho, o que tende a aumentar a pressão por um novo pacote fiscal de estímulo no curto prazo. A geração de empregos bem abaixo do esperado indica uma perda grande de ritmo de recuperação das vagas perdidas no auge da crise, em março e abril”, avalia o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos.
Campos acrescenta que as negociações em torno de um novo pacote fiscal norte-americano devem ganhar força a partir destes dados. O mercado segue na expectativa pela nova rodada de tratativas.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) reduziram o ritmo de alta, com a recomposição de prêmios vista logo na abertura do pregão perdendo força, em meio ao renovado apetite dos investidores estrangeiros. “O fluxo segue bem pesado e a alta perdeu força, não seria estranho se voltar a cair logo mais”, resume um operador de derivativos de um banco nacional.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,03%, de 3,025% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,505%, de 4,485% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,18%, de 6,11%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,99%, de 6,90%, na mesma comparação.