MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em leve alta em uma sessão de sutis oscilações nas quais prevalece o otimismo dos investidores em relação às vacinas contra a covid-19 e ao fato de a bolsa brasileira continuar barata em dólar. Entretanto, a continuidade do rali dos ativos de risco observado em novembro é contrabalançada pelos persistentes ruídos políticos vindos de Brasília envolvendo o teto de gastos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,39%, aos 114.032,97 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,26%, aos 114.050 pontos.

À espera da abertura dos negócios em Wall Street, a notícia de que a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês, correspondente à Anvisa, no Brasil) considerou que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech atende com sucesso aos critérios para aprovação ajuda a frear o descontentamento dos investidores com as incertezas locais.

De qualquer modo, os novos indícios de que o governo Jair Bolsonaro estaria em busca de meios para burlar o teto de gastos limitam o entusiasmo dos investidores.

“O fluxo estrangeiro está segurando o Ibovespa no azul. A bolsa continua barata em dólar”, observou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. “Além disso, ninguém acredita realmente que o governo vá dar um tiro no pé com essa história do teto de gastos. Novas falas devem surgir em breve para acalmar os mercados”, afirmou.

Apesar disso, a cautela persiste nos mercados internacionais de ações em meio ao avanço de uma nova onda de covid-19 pelo Hemisfério Norte e à espera por um acordo em torno de um pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos. As bolsas de valores asiáticas fecharam em baixa, os principais mercados europeus de ações operam no vermelho e os índices de Nova York iniciaram a sessão em queda.

Após exibir volatilidade na abertura dos negócios, o dólar comercial tem queda firme frente ao real acompanhando o exterior, onde a moeda estrangeira perde força para parte das divisas de países emergentes. Aqui, investidores seguem atentos ao cenário fiscal e político após rumores de que o governo poderia estourar o teto de gastos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,93%, sendo negociado a R$ 5,0760 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava recuo de 0,50%, cotado a R$ 5,074.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, ressalta que o dólar acompanha o exterior, onde o dólar perde para algumas moedas de países emergentes. “Além da perspectiva de continuidade de fluxo estrangeiro na nossa bolsa”, diz.

Para a equipe econômica da XP Investimentos, apesar de o governo, por meio do Ministério da Economia, e parlamentares negarem que a proposta da PEC Emergencial permitirá despesas extra-teto, como sugeriram rumores ontem no fim do pregão.

“A notícia de que a PEC Emergencial colocaria em dúvida a construção de um orçamento dentro do teto de gastos para o ano que vem foi mal recebida pelos mercados. O mais provável é que o relatório final se limite a alguns gatilhos de contenção de despesas obrigatórias caso o teto esteja pressionado”, avaliam os economistas da XP.

O movimento de alta das taxas dos contratos de juros futuros (DIs) perdeu ímpeto, principalmente nos vértices mais longos, com os investidores digerindo os números da inflação oficial ao consumidor (IPCA). A percepção de que a pressão nos preços vem, majoritariamente, dos alimentos, reduz a chance de aumento da Selic em breve, mas os riscos fiscais ainda preocupam.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,045%, de 3,06% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,455%, de 4,42% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,11%, de 6,08%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,93, de 6,91%, na mesma comparação.