MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa voltou a subir no fim da manhã de hoje depois de patinar um pouco antes da abertura da bolsa de Nova York em um aparente movimento de ajuste que se seguiu à queda de ontem.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,47%, aos 114.670,28 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 19,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 1,43%, aos 114.615 pontos.

“Houve alguma realização de lucro depois da forte alta de novembro e o que acontece hoje parece ser um ajuste”, observou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, lembrando que no início da semana, a bolsa brasileira andou bastante de lado antes do recuo observado ontem.

A decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) estimula o otimismo para o dia. Em linha com a expectativa dos analistas, a autoridade monetária europeia decidiu pelo reforço de algumas das medidas de estímulo vigentes nestes tempos de pandemia, assegurando uma liquidez sem precedentes nos mercados financeiros.

Apesar disso, a expectativa é de que os negócios continuem voláteis ao longo da quinta-feira, com os investidores atentos aos rumores sobre riscos de quebra do teto da dívida no próximo ano, advertiu Galdi.

O dólar comercial voltou a ampliar as perdas, renovando mínimas da sessão abaixo de R$ 5,08, após a realização da operação de swap cambial pelo Banco Central (BC) no qual colocou no mercado todos os 16 mil contratos ofertados, um montante de US$ 800,0 milhões. O leilão “extra” influencia a queda da moeda desde a abertura dos negócios, que opera com movimento descolado do exterior, onde a divisa estrangeira também reduziu os ganhos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 2,26%, sendo negociado a R$ 5,0560 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava recuo de 2,23%, cotado a R$ 5,056.

A operação de swap cambial, vista como “extra”, já que as operações anteriores de rolagem de contratos com vencimento em janeiro terminaram ontem, elevou o estoque do BC para US$ 59,29 vendidos na modalidade, segundo a equipe da corretora Commcor.

O mercado local também digere o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado ontem, com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 2,00% pela terceira reunião seguida.

“Investidores interpretaram que a Selic se manterá em 2,00% por mais tempo do que era esperado. Com essa taxa, há um incentivo de entrada de investidores estrangeiros no mercado brasileiro, e também de moeda estrangeira, gerando uma tendência de baixa para o câmbio”, comenta o trader de mesa de câmbio da Travelex Bank, Thiago Penteado.

Para o economista-chefe do banco Modalmais, Alvaro Bandeira, o mercado doméstico ainda “vai ter que reverberar” a decisão do Copom de seguir com a Selic estável. “Mas com comunicado bem mais duro e sugerindo aumento de juros, provavelmente, mais cedo que o esperado”, avalia o profissional citando a “operação extra” do BC que ajusta o câmbio.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm a resposta clássica ao comunicado duro (“hawkish”) do Comitê de Política Monetária (Copom) que acompanhou a decisão ontem de manter a Selic em 2%. O trecho curto reage em alta à indicação de retirada da ferramenta de orientação futura (“forward guidance”), com uma possível antecipação do ciclo de aperto do juro básico aliviando a pressão no trecho longo, que é influenciado também pelo leilão de títulos públicos.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,10%, de 3,035% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,49%, de 4,46% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,07%, de 6,11% e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,87%, de 6,96%, na mesma comparação.