São Paulo – O Ibovespa abriu em alta moderada e testa a faixa dos 117 mil pontos na última sessão antes da pausa prolongada dos mercados financeiros para o Natal acompanhando o bom humor dos investidores na Europa e nos Estados Unidos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,26%, aos 118.105,90 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2021 apresentava avanço de 1,05%, aos 118.270 pontos.
Os participantes do mercado aguardam um final amigável para a novela sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, ao mesmo tempo em que reagem à reabertura da fronteira francesa com a Inglaterra, que havia sido fechada depois da descoberta de uma nova cepa de coronavírus.
Com isso, os investidores relegam a segundo plano as ameaças do presidente norte-americano em fim de mandato, Donald Trump, de melar o acordo selado entre democratas e republicanos em torno de um novo pacote de estímulo à economia dos EUA.
Na cena local, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), retirou da pauta de votação uma PEC que, se aprovada, elevaria em 1% as transferências da União aos municípios, com custo anual de R$ 4 bilhões ao Tesouro. Apesar do alívio momentâneo em termos fiscais, fica o desconforto com o descompromisso de deputados governistas que teriam votado a favor da PEC caso ela tivesse ido a plenário, com grandes chances de aprovação.
Na avaliação da equipe da Mirae Asset, a expectativa é de que o Ibovespa siga testando a faixa dos 117 mil pontos neste último pregão antes do Natal.
O dólar comercial oscila forte frente ao real, sem rumo único, após renovar máximas acima de R$ 5,17 após a divulgação de dados piores do que o esperado nos Estados Unidos. Enquanto aqui, um fluxo local de saída de remessas corporativas para o exterior levou a moeda a descolar do movimento externo.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,67%, sendo negociado a R$ 5,1980 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava avanço de 0,80%, cotado a R$ 5,198.
O diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, ressalta a sessão de “baixa liquidez” às vésperas do feriado prolongado de Natal, enquanto o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca a inversão de tendência no mercado doméstico em função da saída de fluxo de remessas corporativas. “Sempre tem uns atrasados”, comenta se referindo ao movimento comum no fim de ano, porém, mais forte nas primeiras semanas do mês.
Lá fora, o dólar segue perdendo valor para as moedas pares e de países emergentes após os dados de renda e de gastos dos Estados Unidos em novembro, no qual a renda caiu 1,1% ante expectativa de queda de 0,3%. Já os gastos caíram 0,4%, em linha com o esperado pelo mercado. Já os pedidos de seguro-desemprego até o dia 19 caíram para 803 mil pedidos, ante projeção de 888 mil pedidos.
Os mercados devem apresentar forte volatilidade na sessão de hoje, devido ao baixo volume financeiro no pré-feriado de Natal. Com as taxas dos contratos de juros futuros (DIs) não será diferente. Após abrir estável, as taxas passaram a cair sem grandes fundamentos econômicos, mas com investidores se posicionando para os próximos dias que ficarão sem mercados.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,88%, de 2,89% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,255%, de 4,30% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,79%, de 5,86%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,59%, de 6,66%, na mesma comparação.