São Paulo – A liquidez reduzida típica do fim de ano apagou a alta inicial do Ibovespa, que mais cedo testou novos recordes intraday. O baixo volume negociado, a consequente volatilidade e a queda dos papéis da Vale pesam sobre o índice, mas o piso de 119 mil pontos é mantido.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava ligeira alta de 0,04%, aos 119.180,15 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 8,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2021 apresentava recuo de 0,21%, aos 119.350 pontos.
Pedro Galdi, analista de mercado da Mirae Asset, afirma enxergar espaço para que o Ibovespa suba mais um pouco ainda este ano, seguindo no flerte com o recorde histórico de fechamento de 119.527,63 pontos, atingido 23 de janeiro. Entretanto, ele chama a atenção para a redução da liquidez devido à proximidade com a parada para o ano novo.
Após oscilar na abertura dos negócios, o dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e recua mais de 1%, abaixo de R$ 5,20, acompanhando o movimento externo onde prevalece a busca por risco após o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos, aprovado no domingo, passar de US$ 900 bilhões para acima de US$ 1,0 trilhão, caso seja aprovado o aumento do valor dos cheques para os norte-americanos.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,25%, sendo negociado a R$ 5,1730 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava recuo de 1,29%, cotado a R$ 5,171.
“O pacote fiscal dos Estados Unidos é o grande responsável por essa onda de otimismo mundo afora, o qual fez com que os investidores tomem mais riscos em seus investimentos”, comenta o trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Thiago Penteado.
Após um pedido do presidente norte-americano, Donald Trump, a Câmara dos Representantes votou ontem a favor do aumento do valor dos cheques de ajuda populacional de US$ 600 para US$ 2,0 mil. “Se for aprovado no Senado, eleva o valor total do pacote de US$ 900 bilhões para US$ 1,3 trilhão”, comenta o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi.
Com isso, o diretor de uma corretora nacional acrescenta que, por enquanto, o real “não sofre” pressões de demanda local, como observado ontem e que levou o Banco Central (BC) a atuar no mercado de câmbio com o leilão de venda de dólares à vista após dois meses.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, intensificando o ritmo de retirada de prêmios em meio à queda mais acelerada do dólar, que é cotado abaixo de R$ 5,20. O otimismo dos mercados no exterior embala os negócios locais, que seguem se movimentando ao sabor do fluxo de recursos, em meio à ausência de notícias relevantes no front local.
Às 11h53, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,88%, de 2,92% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,245%, de 4,315% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,72%, de 5,81%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,47%, de 6,58%, na mesma comparação.