São Paulo – A vitória dos candidatos favoritos do presidente Jair Bolsonaro nas eleições para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado, que afastou a hipótese de instabilidade nos dois últimos anos do governo e aumentou as chances de reformas ligadas ao ajuste fiscal, mantém em alta o mercado de ações brasileiro e contribui para a queda do dólar e das taxas de juros.
O Congresso elegeu ontem Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL) para presidirem respectivamente o Senado e a Câmara. “De agora em diante, dependem do governo Bolsonaro duas coisas de suma importância: cumprir com as promessas ao Centrão, as quais garantiram tal vitória, mas acima de tudo e de todos, mandar ao Congresso as pautas mais que necessárias da equipe econômica”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, avalia que a eleição se definiu em favor dos planos do Planalto e isso deve reafirmar “certo viés fiscalista” nas casas legislativas. Ele acrescenta que os mercados devem seguir o bom humor após a vitória do governo, porém, o caminho não será “tranquilo”.
“Ainda persistem dúvidas quanto ao trâmite de reformas macro bem como o respeito ao teto dos gastos num ambiente dominado pela agenda da pandemia e de mais gastos com o auxílio emergencial, por exemplo”, pondera.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,73%, aos 118.380 pontos, enquanto o dólar comercial recuava 1,63%, para R$ 5,3590. Entre os juros, a taxa para janeiro de 2022 caía a 3,330%, de 3,345% no ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2023 recuava para 4,82%, de 4,89%.