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São Paulo – O Ibovespa opera em queda em uma sessão na qual os investidores se afastam dos ativos de risco no mercado local em meio ao avanço descontrolado da pandemia pelo Brasil e realizam lucros à espera do andamento da PEC Emergencial pela Câmara.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,10%, aos 113.925,08 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava recuo de 1,22%, aos 114.000 pontos.

Enquanto a pandemia dá sinais de ceder no exterior, no Brasil, as médias móveis de casos de covid-19 e de mortes pela doença batem novos recordes. No domingo, foram registradas 1.054 novas mortes, de um total de 265.500 óbitos desde o início da pandemia no ano passado.

O avanço da doença e a lentidão no processo da vacinação alimentam temores de que a economia brasileira enfrentará mais dificuldades que outros países emergentes para sair da crise e também de que novas variantes do vírus de desenvolvam e se espalhem. “O que acontece no Brasil, não fica no Brasil. Se o Brasil não controlar o vírus, será o maior laboratório do mundo par mutações. E isso é um problema para todos”, adverte o cientista Miguel Nicolelis, da Duke University.

Diante da pandemia e da fraqueza de seus pares no exterior, a expectativa para hoje é de que o Ibovespa passe por uma realização de lucros hoje, afirma Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. “A bolsa hoje vai derreter. Dia de escuridão e ranger de dentes”, comentou outro experiente operador de renda variável antes da abertura.

Analistas observam que nem a alta do petróleo nos mercados internacionais está sendo suficiente para sustentar as ações da Petrobras hoje.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real, mas desacelerou os ganhos acompanhando uma leve melhora das moedas de países emergentes em dia negativo com a divisa norte-americana pressionada seguindo a alta dos rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos de dívida do governo norte-americano, as treasuries, no qual o vencimento de 10 anos (T-Note) sobe ao redor de 1,60%.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,72%, cotado a R$ 5,7320 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avanço de 0,54%, cotado a R$ 5,727.

Os analistas da Travelex Bank ressaltam que a alta do dólar vem do avanço do rendimento das treasuries após a aprovação do pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão no Senado dos Estados Unidos no fim de semana.

“O texto segue para a Câmara dos Representantes e, em seguida, deve ser enviado ao presidente Joe Biden [presidente dos Estados Unidos] para sanção. A aprovação é considerada uma vitória política para Biden, porém, o processo expôs claras divergências entre as diferentes alas dos Democratas e com o Republicanos”, avalia a equipe econômica da XP Investimentos.

A equipe da Travelex reforça que o grande avanço da covid-19 no Brasil preocupa os investidores locais e está sendo monitorada pelo mercado externo diante a propagação de uma nova variante e com a lenta imunização no país. “Além da cautela doméstica com a crise sanitária, investidores aguardam para esta semana a votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em forte alta acompanhando o exterior desfavorável aos ativos de risco e o avanço descontrolado da pandemia pelo Brasil em um momento no qual investidores projetam alta da taxa básica de juro (Selic) na próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), esperada para 17 de março.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,93%, de 3,820% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,64%, de 5,435%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,15%, de 7,00% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,75%, de 7,64%, na mesma comparação.