MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa apresentou leve recuo no início desta tarde. “São movimentos pontuais do mercado”, afirma Rodrigo Moliterno da Veedha Investimentos. A fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode gerar algum ajuste, mas não acredita que o mercado esteja levando em consideração seu discurso, comenta. Lula concedeu uma coletiva de imprensa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardodo Campo, no final desta manhã.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,10%, aos 111.218,48 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 0,18%, aos 111.310 pontos.

O movimento da Bolsa está por conta da votação em segundo turno da PEC Emergencial e da expectativa na votação do pacote do estímulo de U$1,9 trilhão no Congresso dos Estados Unidos.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e recua 1%, renovando mínimas a R$ 5,72, após o leilão de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólar no mercado futuro – do Banco Central (BC) que colocou no mercado US$ 1,0 bilhão, além de reagir aos dados de inflação nos Estados Unidos em fevereiro que vieram em linha com o esperado.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,88%, cotado a R$ 5,7410 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava recuo de 1,05%, cotado a R$ 5,745.

O índice de preços ao consumidor norte-americano subiu 0,4% no mês passado ante janeiro, em linha com o esperado. “Isso mostra que a inflação nos Estados Unidos está sob controle. O que fragilizou o dólar no mundo”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, acrescentando que o leilão do BC também sustenta a queda do dólar no mercado doméstico.

Para os analistas da Capital Economics, com a aprovação do estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão, definido para “turboalimentação da demanda”, em um momento em que muitos setores já enfrentam severas restrições de oferta e com uma variedade de indicadores de pesquisa apontando para o aumento das pressões de preços, acredita-se que a inflação norte-americana vai se recuperar rapidamente em próximos meses.

Há pouco, começou o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anular as condenações envolvendo o petista na Operação Lava-Jato. Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, se Lula sinalizar que pode disputar as eleições em 2022, já que a decisão de Fachin o torna elegível para cargos públicos, o mercado pode precificar esse “risco Lula”.

Em contrapartida, Rugik, da Correparti, diz que o “evento Lula” já fez preço na taxa de câmbio. “Tem muita água para passar por baixo desta ponte e no curto prazo, acho que não faz mais preço”, reforça.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) estabeleceram um viés de baixa, acompanhando as oscilações do dólar, e beneficiadas pela aprovação da PEC Emergencial em primeiro turno na Câmara dos Deputados e pelos dados da inflação aos consumidores norte-americanos. Entretanto, a precificação da alta da taxa básica de juro (Selic) na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Banco Central) mantém os contratos mais líquidos em níveis próximos da estabilidade.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,03%, de 4,00% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,815%, de 5,775%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,44%, de 7,35% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,06%, de 7,99%, na mesma comparação.