São Paulo – O Ibovespa opera com volatilidade esta manhã. Após abrir em queda, o índice passou a subir um pouco antes da abertura do pregão em Nova York e manteve-se em alta.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,44%, aos 116.971,42 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava recuo de 0,62%, aos 117.035 pontos.
Segundo o analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, a melhora no mercado é atribuído a alta de alguns papéis, como da Vale (VALE3) que sobe 1,53% devido ao aumento do minério de ferro.
A boa noticia foi que a IRB Brasil RE (IRBR3) comunicou que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) terminou de fiscalizar a resseguradora. O IRB Brasil RE (IRBR3) subia mais de 4%. “Apesar de um peso pequeno no Ibovespa, a notícia é muito favorável para o mercado interno”, afirma.
Outro ponto positivo é o leilão de aeroportos, portos e ferrovias que começou nesta quarta-feira e vai até sexta feira (9). O leilão realizado esta manhã se deu na Bolsa e foi dos aeroportos. Uma das empresas pertencentes ao grupo CCR venceu a disputa pelo bloco sul e central, oferecendo R$ 2,12 bilhões e R$ 754 milhões respectivamente. A Vinci Airports-empresa francesa- ofertou R$420 milhões pelo bloco norte e ganhou. “É um muito bom para o país porque demonstra interesses em bons negócios”, ressaltou.
Os investidores seguem com a atenção na divulgação de hoje à tarde da ata da reunião do Federal Reserve (Fed-banco central norte-americano) e à espera dos desdobramentos do Orçamento de 2021.
Para o analista Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora, as notícias em relação ao orçamento são positivas. “O governo e o Congresso se aproximam de um acordo em relação ao orçamento, permitindo que o teto de gastos públicos seja respeitado”, afirmou.
Ontem, circulou uma informação de que o presidente Jair Bolsonaro poderia vetar parcialmente o orçamento, como sugeriu o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O dólar comercial tem queda firme frente ao real, chegando a renovar mínimas abaixo de R$ 5,55, em movimento local em meio ao leilão realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que deu a concessão de 22 aeroportos das regiões Central, Norte e Sul do país. O governo federal arrecadou R$ 3,3 bilhões na operação. Lá fora, a moeda oscila sem direção única ante a maioria das moedas de países emergentes.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,44%, cotado a R$ 5,6260 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava avanço de 0,59%, cotado a R$ 5,633.
“O dólar passou a cair em meio à antecipação de vendas no NDF de investidores estrangeiros que participaram do leilão. Isso trouxe um certo fluxo”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik. Para o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, o leilão de aeroportos ajudou, porém, ressalta que o investidor estrangeiro “não está tão próximo” do Brasil em meio à crise política recente e ao descontrole da covid-19 no país.
Ortiz acrescenta que, além da operação da Anac, a moeda norte-americana dá continuidade ao bom humor iniciado no início da semana, ajudado por sinais mais positivos em torno da negociação das emendas parlamentares do Orçamento de 2021. “Existe uma tensão menor em torno do Orçamento. Não podemos dizer que o cenário político melhorou, mas está ‘menos pior’ nos últimos dias”, diz.
O economista da Guide reforça que o viés de baixa dos rendimentos dos juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, corroboram para o bom humor das moedas emergentes e contamina o real. “O vencimento de 10 anos [T-Note], principalmente, vem caindo desde a semana passada e está entre 1,60% e 1,70%. Essa acomodação da T-Note ajuda a empurrar o dólar para baixo”, avalia.
Apesar da queda nas últimas sessões, Ortiz pondera que o nível da moeda norte-americana ainda “é muito alto”. “A gente não vai ver uma queda mais forte enquanto o imbróglio do Orçamento não tiver um desfecho mais contundente”, diz.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta, acompanhando a virada do dólar, que agora sobe em relação ao real, em um dia no qual a aversão ao risco é refletida principalmente nos títulos da dívida brasileira. A cautela com os cenários político, fiscal e sanitário é reforçada por um cenário técnico ruim.
Por volta das 12h50, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,695%, de 4,66% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,640%, de 6,585%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,32%, de 8,26% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,93%, de 8,88%, na mesma comparação.