São Paulo – Desde a abertura do pregão, o principal indicador de desempenho de ações negociadas na B3, aponta ganho em movimento contrário ao exterior.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,68%, aos 118.476,79 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 0,61%, aos 118.505 pontos.
Apesar de o cenário político requerer atenção, o bom desempenho da Bolsa está atrelado à Petrobras. Hoje, a partir das 15 horas, durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas da Petrobras, serão eleitos os membros do Conselho de Administração da estatal e também deverá ocorrer a aprovação de o nome do general do Exército, Joaquim Silva e Luna para assumir a presidência no lugar de Roberto Castello Branco.
Outro ponto favorável para a estatal foi o acordo que o Conselho de Administração aprovou com a União, na sexta-feira, de excedentes da cessão onerosa nos campos de Sépia e Atapu.
O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretor, disse que “o mercado entendeu que as arestas foram aparadas e que as privatizações continuarão”, explicou. Ações da Petrobras (PETR3 e (PETR4) aceleram 0,85% e 0,84% respectivamente.
Os papéis da Petrobras são um dos que mais pesam no Indice, segundo o analista “acabam puxando para cima os bancos”. As ações do Itaú (ITUB4) sobem 0,93%; Bradesco (BBDC3 e BBDC$) ganham 0,72% e 0,67% respectivamente. E Banco do Brasil (BBAS3) avança 0,61%.
Os investidores seguem com cautela em relação ao impasse do orçamento, que tem prazo para ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro até dia 22 de abril.
O dólar apresentou queda firme pela manhã, mas desacelerou as perdas frente ao real seguindo o exterior e no início da tarde passou a subir. Pela manhã, as moedas de países emergentes também reduziram os ganhos frente à divisa norte-americana em meio à acomodação dos rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries. Na cena local, investidores seguem atentos aos desdobramentos no cenário político e ao imbróglio do Orçamento de 2021.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,42%, cotado a R$ 5,6980 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava avanço de 0,26%, cotado a R$ 5,705.
O diretor de uma corretora nacional reforça que a acomodação do vencimento de 10 anos (T-Note) das treasuries abaixo dos 1,70% corrobora para as perdas do dólar na sessão, mesmo com a moeda oscilando no mercado doméstico em meio a ajustes de posição.
O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, reforça que a atenção do mercado doméstico segue concentrada no “conturbado” ambiente político, com foco na eventual solução do impasse do Orçamento de 2021 e na instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia de covid-19 no Senado.
“No intuito de esvaziar a CPI, o Planalto poderá aliviar no Orçamento, buscando atrair os partidos do Centrão, mas podendo desagradar à equipe econômica”, avalia.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm um viés de queda apesar de uma virada que faz o dólar avançar em relação ao real, acompanhando os movimentos da moeda norte-americana contra divisas emergentes em uma sessão volátil.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,665%, de 4,695% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,525%, de 6,52%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,23%, de 8,24% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,87%, de 8,89%, na mesma comparação.