São Paulo – O Ibovespa registrou alta na abertura do pregão, mas mudou logo de direção e no início da tarde passou a acelerar a queda e retornar à faixa dos 119 mil pontos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,99%, aos 119.848,05 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 1,38%, aos 120.275 pontos.
No início do pregão, os investidores repercutiam o discurso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ontem à noite no Congresso [seu pacote trilionário de investimento de mais de US$2 trilhões na economia focado às famílias] e somado a isso, a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) que não vai parar com os estímulos monetários.
“O ritmo foi com um pouco mais de alívio após a forte alta de ontem na Bolsa”, afirma o analista João Vitor Freitas, da Toro Investimentos, mas o cenário favorável não se sustentou. Logo após abrir o mercado em Nova York, o Ibovespa passou a operar com volatilidade e registrar retração.
Na avaliação do analista da Terra Investimentos, “o Ibovespa mostra realização e acompanhando a movimentação de realização dos bancos”, enfatiza.
Para o Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, não há nenhuma notícia no radar que esteja impactando negativamente no Indice. “Com o forte lucro dos bancos ontem, hoje a bolsa volta à normalidade com a realização”, ressalta.
Com a expressiva alta de ontem, os papéis do setor financeiro apontam perda. As ações Bradesco (BBDC3 e BBDC4) caem 1,67% e 1,42% respectivamente; Itaú (ITUB4) baixam 1,77%; Brasil (BBAS3) apontam queda de 1,22% e Santander (SANB11) caem 2,66% após subir mais de 8% ontem com o balanço positivo do banco espanhol.
Volátil, o dólar comercial voltou a oscilar sem direção única frente ao real, mas opera em alta em meio à correção local e ao exterior, onde a moeda norte-americana reduziu os ganhos ante as divisas pares e as principais de países emergentes. Passada a reação da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mais cedo, saiu o resultado levemente abaixo do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, que subiu 6,4% na primeira prévia do indicador.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,13%, cotado a R$ 5,3670 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava avanço de 0,39%, cotado a R$ 5,368.
O diretor de uma corretora nacional comenta que o dólar “está saltitante” entre os campos negativo e positivo em linha com exterior, que também opera sem rumo único após o Fed reiterar a continuidade da política monetária acomodatícia, o que animou fortemente os mercados ontem.
O diretor da corretora Amaril Franklin, Fernando Franklin, reforça que o dólar tem viés de correção após as quedas recentes e que investidores locais começam a “se movimentar” para a formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) – de fim de mês, amanhã.
“Além dos fatores externos, o dólar está buscando uma leve correção. Amanhã, tem Ptax e a decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] na semana que vem começa a entrar no radar. Com isso, podemos ter uma puxadinha para cima hoje”, diz, acrescentando que o mercado local segue com a aposta de alta de 0,75 ponto percentual (pp) da taxa Selic na quarta-feira, conforme o Banco Central (BC) adiantou na ata da reunião de março.