MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – A Bolsa opera com volatilidade entre perdas e ganhos com os ativos ligados a commodities impedindo uma melhor performance do Ibovespa, e com investidores acompanhando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia e repercutindo a votação na Câmara dos Deputados, que permite a privatização da Eletrobras.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,27%, aos 122.299,01 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,43%, aos 122.565 pontos.

Em Nova York, o movimento é de recuperação nas bolsas, após os dados de seguro-desemprego nos Estados Unidos [caiu em 34 mil para 444 mil na semana encerrada em 15 de maio. O mercado previa 452 mil pedidos de auxílio desemprego].

A equipe de analistas da Terra Investimentos comenta que o mercado acionário brasileiro tem um desempenho pior que das bolsas internacionais porque “ainda é pressionado pelas baixas do petróleo e do minério de ferro impactando as cotações da Petrobras, Vale e siderúrgicas”.

As ações da mineradora Vale (VALE3) caem 1,30%, das siderúrgicas Usiminas (USIM5) perdem 0,24%, CSN (CSNA3) desvalorizam 0,71% e Gerdau (GGBR4) recuam 2,14%. Os papeis da Petrobras (PETR3 e PETR4) baixam 0,94% e 0,34%, respectivamente.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, o comunicado do Fed ainda pode refletir no Ibovespa, mas pode ser compensado com o bom resultado dos pedidos de seguro-desemprego. “Os dados do auxílio desemprego nos Estados Unidos segura uma queda mais acentuada no índice e deve abrir próximo a z1ero.”

No Brasil, o mercado fica com as atenções voltadas, pelo segundo dia consecutivo, para o depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado. Ontem, a sessão foi interrompida porque Pazuello não se sentiu bem.

Ainda no cenário local, os investidores repercutem a aprovação nesta madrugada da medida provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras. A proposta possibilita que o governo federal diminua sua participação na empresa estatal, que atualmente é de 60% e deve ser reduzida para 45%.

O texto-base seguirá para a votação dos senadores, e se não houver modificação passará para a sanção do presidente Jair Bolsonaro. Se mudar, volta para a Câmara dos Deputados. Na visão do sócio da Renova Invest, a Medida Provisória (MP) que possibilita a privatização da Eletrobras “será bom apenas para as ações da estatal e não para a Bolsa toda”. Na véspera, os papéis da Eletrobras (ELET3 e ELET6) subiram 3,42% e 4,17%, respectivamente. Na sessão de hoje, as ações ELET 3 e ELET6 caem 1,05% e 1,17%, nessa ordem.

Para os analistas da Sul America Investimentos, “a piora nos preços das commodities deve pesar na Bolsa junto com a queda de alguns mercados internacionais”, afirmam.

Em queda desde a abertura dos negócios, o dólar comercial opera abaixo dos R$ 5,30 acompanhando o movimento externo, onde a divisa devolve parte dos ganhos de ontem e perde terreno para as moedas pares e de países emergentes com investidores ainda digerindo a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) divulgada ontem e que estressou também a curva de juros nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,45%, cotado a R$ 5,2910 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,35%, cotado a R$ 5,296.

Além da correção, investidores locais repercutem a aprovação do texto-base que viabiliza a privatização da Eletrobras, na Câmara dos Deputados, atentos ao segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, no Senado.

Para a economista-chefe da Consulenza Investimentos, Helena Veronese, embora o texto da Eletrobras seja polêmico, é considerado “como uma vitória” para a agenda da equipe econômica e traz algum alívio na sessão. O texto agora vai para o Senado, que tem até 23 de junho para aprová-lo.

A ata do Fed ainda repercute no mercado global com a moeda estrangeira devolvendo os ganhos de ontem, após a divulgação do documento, o que levou os rendimentos das taxas futuras dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, avançarem, com o vencimento de 10 anos (T-Note) operando perto dos 1,70%. Hoje, as taxas recuam e a T-Note opera perto de 1,64%.

Ainda sobre o documento do banco central norte-americano, Veronese avalia que o Fed sinalizou que seus membros podem passar a discutir o início do processo de retirada dos estímulos já no próximo encontro, em meados de junho.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantiveram-se de lado mesmo depois do leilão de títulos públicos promovido pelo Tesouro Nacional no fim da manhã de hoje e apresentam oscilações estreitas. Enquanto os vértices mais curtos têm viés de alta, ajustando-se ao aperto monetário em andamento, os vencimentos mais longos tendem à queda, acompanhando um dólar.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,985%, de 4,975% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,79%, de 6,790%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,26%, de 8,29% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,85%, de 8,88%, na mesma comparação.